Com mais de um ano após o surgimento da Covid-19, o Tocantins registra mais 300 mil casos notificados e mais 93 mil casos confirmados. Enquanto a comunidade científica se mobiliza em uma corrida para vacinar o país. Outros médicos tentam entender as consequências de médio e longo prazo que o vírus causa nos pacientes recuperados.
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Maristela Chagas mora na região sul de Palmas, tem 44 anos e teve Covid-19 em junho de 2020, apesar de ter tido apenas sintomas leves como febre, perda de paladar e olfato, agora recuperada ela nota diferença nos sabores e cheiros de alguns alimentos; “não sinto mais o cheiro do alho como era antes, agora é um cheiro de alho podre, refrigerante de guaraná não é mais doce como era antes, ainda estou descobrindo outros alimentos e cheiros que não são mais os mesmos.”
Uma série de estudos divulgados e a observação clínica dos profissionais que estão atuando em contato direto com a doença indicam as possíveis sequelas que a doença pode deixar, ainda que não seja possível dizer se elas são temporárias ou permanentes. Entre os mais graves estão a respiração comprometida, fibrose pulmonar, além de complicações neurológicas, no coração e nos rins.
Apesar de 90% dos pacientes com alteração no olfato associada a Covid-19 apresentarem recuperação parcial ou total da capacidade de sentir cheiros e gostos após um mês da doença, 10% persistem com perda total desses sentidos, e em alguns casos o dano poderá ser irreversível.
O impacto na qualidade da vida de pacientes com esse tipo de sequela é significativo. Sem sentir cheiros, a pessoa corre mais risco de acidentes domésticos como não identificar vazamento de gás de cozinha ou comer comida estragada e sofrer por não conseguir apreciar o sabor dos alimentos, o que pode levar pacientes a quadros depressivos.
Através de testes feitos pelo otorrinolaringologista é possível diagnosticar e quantificar a perda de olfato, auxiliando na decisão de isolamento social mesmo antes da realização dos testes específicos para a Covid-19. Os testes de olfato permitem também um acompanhamento da evolução da capacidade de sentir cheiros após a recuperação da doença e são uma ferramenta importante para o otorrinolaringologista prescrever um tratamento precoce e evitar sequelas olfatórias graves.
Há vários tratamentos disponíveis para essa alteração, entre eles estão:
1) O treinamento olfatório, prescrito e acompanhado por um otorrinolaringologista;
2) Uso de medicações com efeito anti-inflamatório, de regeneração neuronal e vasodilatadores, a depender de cada caso;
3) Manobras para diminuir a percepção de odores distorcidos ou a sensação de odores desagradáveis continuamente.
Antes de instituir um tratamento é essencial uma avaliação completa do nariz e do olfato para que o tratamento seja o mais correto e efetivo para cada paciente.