A vereadora Veronica Costa (PL), conhecida como ‘Mãe Loira’ do funk, teve sua pena aumentada de 5 anos e 10 meses para 10 anos e 8 meses de prisão por torturar o ex-marido Márcio Costa. A decisão foi dada em julgamento na terça-feira, 11, na 2ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro.
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O crime aconteceu em 2011, e a primeira condenação da vereadora foi em 2019. Segundo o Jornal Extra, o aumento da pena aconteceu após apelação do Ministério Público contra a sentença em primeira instância.
Os desembargadores ainda decidiram que a pena seja cumprida inicialmente em regime fechado, e mantiveram a determinação de que Veronica perca o cargo público. Outros quatro parentes da vereadora, réus no processo, também tiveram a pena aumentada e deverão cumpri-la em regime fechado.
Em entrevista, o ex-marido da vereadora demonstrou alívio pela decisão e contou que não mora mais no Brasil devido às ameaças de morte.
“Demorou, mas graças a Deus a Justiça foi feita”, disse. “Mesmo depois desse ocorrido, de ser torturado, de ter ficado em coma no hospital na UTI, ela ainda estava procurando matadores para me executar. Soube por outras pessoas que conhecíamos em comum. Eu fiquei numa situação muito difícil no Rio de Janeiro, andando com medo nas ruas, trocando de endereço toda hora. Minha vida virou uma loucura. Eu fui obrigado a sair do país”.
Defesa
Após a decisão da Justiça do Rio de Janeiro, Veronica publicou uma nota nas redes sociais em que nega a participação na tortura do ex-marido. Ela chegou a chamar a decisão de “momento desolador” de sua vida.
“Fui vítima de violência doméstica pelo meu ex-marido Márcio, que me ameaçou de morte com arma na cabeça, fato que registrei na delegacia de polícia (DEAM). Não satisfeito com isso, ele criou uma falsa acusação de tortura contra mim, o que gerou um processo criminal absurdo e cheio de nulidades, tanto que o mesmo já foi anulado pela própria Justiça uma vez, mas agora gerou essa condenação injusta contra mim”, escreveu.
Verônica ainda afirmou que acredita na justiça de Deus e dos homens, reforçou que é inocente e acrescentou que todas as provas técnicas estão ao seu lado.
“Sangro essa dor desde que saiu o resultado do primeiro julgamento, há 10 anos. (…) A acusação alega que a antena do meu celular estava próximo do ocorrido, como isso bastasse para firmar a minha culpa! Todas as provas técnicas estão ao meu lado”, disse.
“Vocês já viram um caso em que a vítima se recusa a fazer exame de DNA logo após o delito??? Pois foi exatamente o que o Márcio fez! Essa injustiça não vai prevalecer! Tenho certeza de que provarei a minha inocência no curso desse processo, não importa a quantas instâncias eu tenha que recorrer!”, acrescentou.
Também por meio das redes sociais, a defesa da vereadora, feita pelo escritório Teixeira e Kulmann Advogados, emitiu um comunicado afirmando que vai recorrer da decisão. Os advogados afirmam que a versão da “suposta vítima” não tem “base probatória” e será revertida diante da sua “fragilidade”.
“A versão infelizmente acolhida pela Justiça neste momento se assenta em dúvidas e não certezas, em palavra de vítima que fugiu do processo se negando a apresentar material genético para confrontar prova técnica favorável a defesa, vítima esta aliás que ameaçou Veronica de morte antes dos fatos”, diz a nota.