Entraram em vigor nesta quarta-feira (6) as novas tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, elevando para 50% a taxação de parte das exportações nacionais ao país. O percentual é o mais alto imposto atualmente por Washington a qualquer nação e afeta diversos setores da economia brasileira, com exceção de uma lista de quase 700 produtos.
A decisão foi oficializada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva assinada no dia 30 de julho. O documento justifica a medida como resposta a “ameaças extraordinárias à segurança nacional, política externa e economia dos EUA” atribuídas ao governo brasileiro, e cita diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por “perseguir opositores” e “violar direitos de liberdade de expressão”.
A tarifa adicional de 40%, somada à já existente de 10%, afeta produtos brasileiros que não constam na lista de exceções — como suco de laranja, petróleo, aeronaves, veículos, fertilizantes e parte do setor energético, que continuarão livres da sobretaxa.
Além da taxação, o governo Trump determinou a revogação dos vistos de entrada nos EUA de oito ministros do STF, entre eles Moraes, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ficam de fora os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.
O decreto, publicado pela Casa Branca, acusa o STF de “intimidação e censura contra empresas americanas” e destaca o caso do blogueiro Paulo Figueiredo, processado no Brasil por declarações feitas nos EUA, como exemplo de abuso judicial. “O presidente Trump está protegendo empresas americanas contra extorsão e defendendo a liberdade de expressão de cidadãos americanos”, afirma o comunicado.
Reação do Brasil e impasse diplomático
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na terça-feira (5) que o Brasil está aberto ao diálogo, mas vê pouco espaço para reversão da medida no curto prazo. Ele também afirmou que pretende convidar Trump para a COP30, marcada para 2025, mas condicionou uma eventual ligação direta à existência de avanços concretos nas negociações.
No domingo (3), o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, disse que é “improvável” um acordo com o Brasil nos próximos dias. Ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que buscará uma reunião com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, para tratar do tema.
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