2 de maio de 2024 03:29

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Profissão agiota: como estelionatários usam o Instagram para aplicar golpes

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Profissão agiota: como estelionatários usam o Instagram para aplicar golpes

Basta escrever agiota no campo de busca do Instagram para ter acesso a uma grande lista de supostos profissionais que oferecem serviço de empréstimo de dinheiro sem muita burocracia.

Agiota Sabrina, agiota Marcos, agiota João Pedro, agiota Bernardo, agiota Aline: teoricamente de cara limpa e muitas vezes com fotos produzidas, os “experts” compartilham imagens de viagens, carros de luxo, maços de dinheiro e momentos em família, muitas vezes na companhia de crianças.

Além disso, há centenas de propagandas promovendo o negócio, prints de transferências bancárias e vídeos de “clientes” agradecendo pelos serviços prestados. Vários deles têm milhares de seguidores.

“Trabalho sério e sem enrolação, liberação em até 30 minutos, sem consulta Serasa, sem burocracia, online, crédito para negativados, menores juros do mercado.”

O chamariz varia de perfil para perfil, mas os alvos são os mesmos: pessoas que precisam de crédito e não têm acesso aos meios legais, como bancos.

Na verdade, os perfis não são de agiotas, mas de golpistas.

O perfil abaixo é um exemplo que
reúne diversos elementos do golpe

Profissão agiota: como estelionatários usam o Instagram para aplicar golpes

Perfil de estelionatário que utiliza fotos de pessoas comuns para consumar golpes — Foto: Reprodução/Instagram

  • Se passa por outra pessoa: a pessoa que tem a imagem usada pelo golpista é um empresário do ramo da odontologia (veja mais abaixo);
  • Prints de transferências bancárias: para chamar a atenção, o golpista tenta dar exemplos de trabalhos concluídos;
  • Foto com a família: para passar credibilidade à vítima, o golpista compartilha fotos do cotidiano;
  • Vídeo de “cliente”: “Boa tarde. Fiz um empréstimo com o João. Recomendo. Um cara de confiança. Paguei a taxa e estou com o dinheiro em mãos”, diz o rapaz;
  • Propaganda: o perfil é repleto de banners com publicidades para o negócio: “dinheiro sem sair de casa”, “já pensou ganhar 10 mil em até 30 minutos” etc.

Outra tática utilizada é
se associar a figuras públicas

Profissão agiota: como estelionatários usam o Instagram para aplicar golpes

Perfil de estelionatário que utiliza fotos de pessoas comuns para consumar golpes — Foto: Reprodução/Instagram

  • O mesmo perfil publicou uma foto em que o suposto agiota aparece ao lado do Delegado Palumbo, que atualmente é deputado federal pelo MDB-SP;
  • À época, o parlamentar era vereador na capital paulista e, segundo ele, “recebia todos que iam” ao seu gabinete.

Apresentador de TV dos EUA ou ‘agiota Robson’ ?

Profissão agiota: como estelionatários usam o Instagram para aplicar golpes

Perfil de estelionatário que utilizou foto de apresentador norte-americano — Foto: Reprodução/Instagram

  • Um dos perfis utiliza como imagem de perfil uma foto do apresentador de TV norte-americano Jessie Pavelka;
  • Pavelka tem mais de 90 mil seguidores no Instagram e, em seu site pessoal, diz ser internacionalmente reconhecido como um especialista em saúde e bem-estar.

Entenda como funciona o golpe

A fim de simular operações com os estelionatários, entramos contato via WhatsApp com alguns deles. As estratégias utilizadas em cada um dos perfis são muito semelhantes entre si.

A maioria dos DDDs dos telefones é o 11, que remete a cidades do estado de São Paulo, principalmente as da região metropolitana.

  • De forma direta, o golpista questiona sobre o valor desejado e apresenta uma tabela de valores;
  • Em seguida, informa que há um “seguro” a ser pago antes de o negócio ser fechado;
  • Os valores variam entre R$ 50 e R$ 400 — depende do valor solicitado pela vítima;
  • O estelionatário condiciona o depósito do valor pretendido ao pagamento da taxa.

Profissão agiota: como estelionatários usam o Instagram para aplicar golpes

A maioria dos DDDs dos telefones é o 11, que remete a cidades do estado de São Paulo, principalmente as da região metropolitana.

  • De forma direta, o golpista questiona sobre o valor desejado e apresenta uma tabela de valores;
  • Em seguida, informa que há um “seguro” a ser pago antes de o negócio ser fechado;
  • Os valores variam entre R$ 50 e R$ 400 — depende do valor solicitado pela vítima;
  • O estelionatário condiciona o depósito do valor pretendido ao pagamento da taxa.

Profissão agiota: como estelionatários usam o Instagram para aplicar golpes

  • Em seguida, a pessoa solicita dados que variam entre foto do RG, e-mail, chave Pix e até comprovante de residência;
  • No entanto, o estelionatário não apresenta nenhum tipo de contrato, mesmo que informalmente;
  • Não há garantia alguma de que o valor será enviado para a pessoa solicitante;
  • g1 não seguiu adiante com nenhuma negociação para não compartilhar dados pessoais com desconhecidos;
  • No entanto, uma fonte na Polícia Civil do Estado de São Paulo informou que toda a operação se trata de um caso típico de estelionato e que, assim que a vítima realiza o pagamento do “seguro”, é bloqueada pelo golpista.

Envie sugestões de pauta ou denúncia para o WhatsApp do Jornal Sou de Palmas: (63) 9 9223-7820.

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