Até meio-dia desta terça-feira, 01, dez trechos de rodovias federais e estaduais continuaram bloqueadas no Tocantins em razão de protestes contra o resultado das eleições, que tiveram início na madrugada desta segunda-feira, 31. Diante dos fatos, a Polícia Militar (PM) cogita o uso de força para acabar com o bloqueio.
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“O uso da força faz parte do trabalho preventivo para controle de manifestação, para controle de desordem. Se for necessário, a força deve ser utilizada. No entanto, ela deve ser utilizada de forma gradativa, a medida que se faz necessária com os instrumentos que se tem disponíveis. O que a gente pede é consciência da população, que nos ajude nesse trabalho difícil que é manter a ordem. A gente sabe que os ânimos estão aflorados, mas a gente precisa compreender que viver em sociedade faz parte disso”, disse o porta voz da Polícia Militar, major Marcos Morais.
Segundo o militar, os bloqueios registrados no estado são “relativamente pacíficos”. A maioria tem as pistas bloqueadas por pneus, que são incendiados pelos manifestantes. Em muitos locais a passagem de ambulâncias e carros pequenos está sendo permitida.
Morais explicou como será o procedimento de abordagem com os manifestantes.
“A Polícia emite uma ordem para que a via seja liberada. Nós temos veículos de emergência, ambulâncias que precisam trafegar, veículos com alimentação perecível. Isso tudo precisa passar, além disso o próprio cidadão que tem o direito de ir e vir, independente do que vai fazer. A medida que a ordem é descumprida a gente evolui a negociação para outros métodos e até o uso da força, se for o caso”.
Os atos são organizados por caminhoneiros e militantes que não concordam com o resultado das urnas. Em Araguaína, no norte do Tocantins, um ônibus chegou a colidir com um caminhão que fazia parte da manifestação e nove pessoas ficam feridas.
Ainda na noite desta segunda-feira (31) a Justiça Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) determinaram a liberação das estradas. O porta voz da PM destacou que as pessoas que não fazem parte do protesto não devem ser prejudicadas.
“Nós temos uma situação de conflito. São dois direitos em conflito: O direito de ir e vir das pessoas que não fazem parte das manifestações precisam ser garantidos. A medida também que precisa preservar o direito de quem quer manifestar, desde que essa manifestação seja pacífica e não interfira no direito de outras pessoas”.
Na manhã desta terça-feira (1º) não foram registradas intervenções por parte de policiais. “A gente está acompanhando e realizando os desbloqueios paulatinamente por meio de negociações com esses manifestantes”.
Ainda segundo o major, os policiais não têm um lado e a orientação é de que sejam imparciais. “Os atos são antidemocráticos a partir do momento que o exercício dele cerceiam ou limitam outro direito. A insatisfação é um sentimento e a manifestação é um direito, agora a maneira como eu manifesto essa manifestação pode se tornar um ato antidemocrático. Quando bloqueia uma via, o ato tornou-se antidemocrático, porque é democrático se manifestar, mas não tirar o direito do outro que é de ir e vir”.
Em relação às rodovias federais, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também tem informado que tenta a liberação por meio de negociação com os manifestantes. Alguns trechos foram desbloqueados, mas outros surgiram ao longo da BR-153.
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