Um padre jesuíta no centro de um escândalo sexual no Vaticano tentou arranjar um ménage à trois com duas freiras, comparando o encontro à Santíssima Trindade, disse uma das freiras, em reportagem do jornal britânico “The Times”.
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A acusação contra Marko Ivan Rupnik pode ser um embaraço para o Papa Francisco, que dizem ser “próximo do padre”. Rupnik, de 68 anos, que também é artista, produziu mosaicos que apresentam cenas bíblicas para uma capela papal no Vaticano.
Segundo a denúncia, Rupnik teria usado métodos de controle “psicoespirituais” para fazer com que suas vítimas fizessem sexo com ele e assistissem a pornografia.
Rupnik era diretor espiritual de um convento esloveno na época dos supostos incidentes. A ex-freira que o acusa, agora com 58 anos, disse que reclamou das infrações na época, mas alegou que suas denúncias foram ignoradas por anos.
“O padre Marko começou lenta e docemente a entrar no meu mundo psicológico e espiritual, explorando minhas incertezas e fragilidades e usando meu relacionamento com Deus para me empurrar para experiências sexuais com ele”, declarou a madre, que não é identificada, ao jornal italiano “Domani”.
A denunciante disse, ainda, que durante o seu tempo no convento na Eslovênia, entre 1987 e 1994, Rupnik fez sexo com ela e a intimidou para que ela ficasse em silêncio sobre o abuso.
A ex-freira também afirmou que Rupnik pediu a ela e outra freira para fazer sexo a três com ele, dizendo que eles iriam replicar o relacionamento de três vias entre Deus Pai, Jesus e o Espírito Santo, conforme a crença da Igreja Católica.
Rupnik abusou de até 20 mulheres, sustenta a mulher. Ela disse que o seu primeiro alerta sobre o abuso dele foi em 1994, mas foi ignorada pelos seguidores de Rupnik na Eslovênia e em Roma.
“Foi realmente um abuso de consciência. Ele poderia ter sido parado 30 anos atrás”, disse ela.
‘Prescreveu’
A Ordem dos Jesuítas afirmou que o Vaticano investigou Rupnik, mas determinou que o estatuto de limitações se aplicava, o que significa que muito tempo se passou desde a data da alegada ofensa para o início do processo legal, e que Rupnik não iria ser punido. Em outras palavras, a infração do padre prescreveu.
Dias após a investigação, em maio de 2020, Rupnik teria sido excomungado — ou seja, excluído de participar dos cultos da Igreja — por cometer um pecado grave pela Santa Sé: usar um confessionário para absolver uma mulher com quem teve relações sexuais.
A excomunhão foi suspensa apenas um mês depois que Rupnik “se arrependera”.
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