Em Aracaju, os médicos do Hospital Primavera ainda estão investigando as causas da morte de Paulinha Abelha. A cantora estava internada desde o dia 11 de fevereiro e veio a falecer na quarta-feira, 23.
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Na nota de falecimento, a equipe médica afirmou que a cantora de 43 anos faleceu “em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico” – o que significa que vários órgãos essenciais ao funcionamento do corpo entraram em colapso.
Durante o período de internação, os problemas aventados foram a falência do sistema renal e a existência de uma “bactéria no cérebro” de Paulinha, mas a relação entre as duas condições não ficou clara. Não se sabe se a bactéria teria levado ao quadro de insuficiência renal ou se o que ocorreu foi o contrário: os danos cerebrais foram provocados pelo problema renal.
Neste domingo, 27, o jornal O Globo publicou que uma das principais suspeitas da equipe médica que atendeu Paulinha é de que ela estivesse sofrendo de problemas renais por conta do uso abusivo de remédios e/ou chás para emagrecer.
Recentemente, a morte de uma enfermeira em São Paulo que fazia uso de cápsulas chamadas de “50 ervas emagrecedor” acendeu o alerta para os problemas provocados pelo uso indiscriminado de remédios naturais.
A nefrologista Maria Letícia Cascelli, diretora da Clínica de Doenças Renais de Brasília, explica que remédios e chás emagrecedores podem causar rabdomiólise – uma síndrome que começa nos grupos musculares e atinge a corrente sanguínea.
Em um quadro de rabdomiólise, o sangue é inundado por substâncias tóxicas produzidas durante a quebra dos músculos, e o fígado e os rins não dão conta de fazer a “limpeza” necessária. “Esses medicamentos podem gerar intensa quebra muscular e consequente lesão renal severa e não é incomum que vários sejam usados de maneira associada”, detalha Cascelli.
Como recomendação geral, a médica afirma que nenhum remédio deve ser consumido sem orientação médica e que chás devem ser evitados quando outros medicamentos estiverem sendo usados pelo paciente. As pessoas devem estar atentas à cor da urina, que deve ser transparente ou amarelo clara e é uma boa indicadora sobre a saúde do sistema renal.