Durante discurso público no Ceará nesta sexta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou mencionar diretamente a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas enviou recados políticos claros ao afirmar que os “malucos que quase destruíram o país” não voltarão ao poder. A declaração ocorre no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou medidas cautelares contra Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Lula também disse que poderá ser candidato à reeleição em 2026, caso esteja em boas condições de saúde. “Eu vou fazer 80 anos de idade. Se eu estiver com a saúde que eu estou hoje, com a disposição que eu estou hoje, pode ter certeza que eu serei candidato outra vez para ganhar as eleições nesse país”, afirmou o presidente, ao ser ovacionado pelo público presente.
Críticas veladas e recado ao eleitorado
Sem citar nominalmente Jair Bolsonaro, Lula reforçou o tom político ao dizer que o povo brasileiro não permitirá que o ex-presidente e seus aliados voltem ao Palácio do Planalto. “Eu não vou entregar esse país de volta àquele bando de malucos que quase destrói esse país nos últimos anos. Eles não voltarão. E não é porque o Lula não quer — é porque vocês não vão deixar eles voltarem”, afirmou.
A fala ocorre no mesmo dia em que Bolsonaro compareceu à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal para colocar tornozeleira eletrônica, conforme decisão de Moraes. As medidas também incluem o recolhimento domiciliar noturno (entre 19h e 6h) e proibição de aproximação de embaixadas e contato com outros investigados, como seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Investigações e acusações
Segundo a Polícia Federal, Jair Bolsonaro e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro estariam atuando para articular, junto a autoridades americanas, a imposição de sanções contra agentes públicos brasileiros — o que pode configurar violação da soberania nacional.
As medidas cautelares foram determinadas pelo STF após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acompanha o inquérito sobre a suposta tentativa de articulação golpista.
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