As amostras recolhidas pela Vigilância Sanitária e pela Polícia Civil nos laboratórios Sincar e IPC, em Palmas e Araguaína, que armazenavam material humano em potes de doces e manteiga, foram levadas para o Laboratório de Saúde Pública do Tocantins (LACEN-TO).
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As duas empresas funcionavam em condições irregulares e tiveram os contratos cancelados pelo governo na semana passada.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirmou que devido à grande quantidade, os itens ainda estão em fase de catalogação. Só depois desta etapa as amostras serão analisadas e os resultados entregues à população, dentro do menor prazo possível.
Todo material foi recolhido depois que a Polícia Civil encontrou o Laboratório Sicar funcionando de forma irregular em Palmas. Além de não ter alvará, a empresa mantinha as amostras humanas e até órgãos em potes de doces e achocolatado. O material ficava amontoado pelo chão dos cômodos e até na área externa de uma casa.
No mesmo dia também foi encontrado material genético humano jogado em uma rua no centro de Araguaína, no norte do Tocantins. Na quinta-feira (12) a SES resolveu vistoriar os laboratórios contratados na cidade e encontrou mais irregularidades no IPC Laboratório.
Segundo o governo o prestador de serviços não estava fazendo o serviço da forma como deveria fazer. A defesa dos dois laboratórios – ligados ao mesmo grupo – nega as irregularidades e disse que vai discutir a rescisão unilateral dos contratos na Justiça.
A Secretaria de Saúde afirmou que pretende contratar serviço especializado para dar agilidade nas análises de todas as amostras recolhidas.
“A SES-TO pontua que desde o ano passado, o LACEN-TO tem se preparado para a realização dos exames de Rastreamento do Câncer de Colo de Útero (objetivo para o qual o IPC era contratado). Para isso, a unidade já tem as equipes treinadas e está em fase final de instalação de equipamentos. O laboratório tocantinense utilizará a metodologia ‘meio líquido’ para análise das amostras, serviço inédito em todo o Estado”, afirmou a SES em nota.
Entenda
As investigações que levaram a Polícia Civil à sede do laboratório Sicar, em uma casa de Palmas, inicialmente apuravam um grupo suspeito criar empresas de fachada para praticar fraudes e estelionato. O delegado responsável pelo caso disse que foi uma surpresa encontrar centenas de amostras humanas em potes plásticos de forma improvisada e irregular. Duas pessoas foram presas em flagrante, mas pagaram fiança e foram liberadas.
“Para a nossa surpresa, a gente encontrou realmente muito material biológico, coletas, vísceras humanas, não estavam com a devida destinação, não era feito o cuidado necessário, até como forma de respeito ao material que foi coletado. Isso nos causou surpresa”, comentou o delegado Evaldo de Oliveira Gomes.
O advogado do laboratório Sicar negou que existissem irregularidades e disse que os potes encontrados eram dos próprios hospitais públicos.
Durante a operação no Laboratório Sicar os agentes encontraram centenas de amostras e até órgãos humanos, como úteros, estavam sendo armazenados em todo tipo de potes de plástico espalhados de forma improvisada nos cômodos da casa. Alguns estavam até na área externa do imóvel dentro de caixas.
Também foram encontrados recipientes de coleta de urina e fezes mergulhados em um balde para serem lavados e posteriormente reaproveitados. Além disso, os papéis de pedido dos exames estavam submersos dentro das próprias amostras. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária e pelo Conselho de Medicina.
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