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Entenda as denúncias de exploração infantil na Ilha de Marajó que repercutem nas redes sociais
Acusações de exploração sexual infantil na Ilha de Marajó, localizada no Pará, voltaram a repercutir nas redes sociais após a cantora paraense Aymeê denunciar a situação, novamente, em um reality show gospel chamado Dom Reality.
A apresentação da jovem foi na última sexta-feira (16), e emocionou jurados. A letra da música interpretada pela paraense diz:
“Enquanto isso no Marajó, o João desapareceu esperando os ceifeiros da grande seara”.
Ao final da apresentação, Aymeê explica a denúncia cantada por ela na melodia:
“Marajó é uma ilha há alguns minutos de Belém, minha terra. E lá, as crianças, lá tem muito tráfico de órgãos, lá é normal. Lá tem pedofilia em nível “hard” e as crianças com 5 anos, quando ela veem um barco vindo de fora com turistas, Marajó é muito turística e as famílias lá são muito carentes, as criancinhas saem em uma canoa, 6,7 anos, e elas se prostituem dentro do barco por cinco reais”, desabafou emocionada.
Aymêe nos dando um tapa do que são os ensinamentos de Jesus,q é tbm cantar a realidade nua e crua.Jesus pregou e morreu por todos,ele não é seletividade. Pessoas imperfeitas querendo montar o palco da santidade,mas n fazem o mínimo que é amar o próximo como Jesus.
Ilha de Marajó pic.twitter.com/nTTXeFqE8o— M. (@Justlove_mmm) February 22, 2024
Aymeê não é a primeira pessoa a falar publicarmente da situação na Ilha de Marajó, região com 12 municípios e cerca de 500 mil habitantes. Em 2006, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados abriu uma investigação para apurar o assunto.
Segundo o Jornal Extra, na época, documentos revelaram o envolvimento de políticos locais nos casos, com aliciadores levando crianças para se prostituirem em Belém e na Guiana Francesa. Muitos municípios da região convivem com a pobreza e a miséria, um deles, inclusive, tem o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.
Recentemente, em 2022, a ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, denunciou a exploração na ilha durante um culto evangélico. Damares chegou a dizer que crianças na região teriam dentes removidos para facilitar abusos sexuais.
A fala da ministra, na época, gerou polêmicas. Autoridades do Pará, incluindo o Ministério Público, pediram que Damares fonercesse provas do que estava falando, mas estas não foram enviadas. Após isso, 19 procuradores da República solicitaram uma ação civil pública contra a ministra.
Damares e a União chegaram a ser solicitadas para indenizarem a população do Arquipelágo de Marajó (PA) em R$ 5 milhões por ter disseminado informações falsas.
Nas redes sociais, muitos internautas pedem que as autoridades deêm atenção para as acusações.
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