O caso do empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, conhecido como Duda Pereira, foi mandado a júri popular pelos juízes da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins. O homem é acusado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual de encomendar a morte de seu concorrente, o empresário Wenceslau Gomes Leobas, em Porto Nacional. Os dois trabalhavam no ramo de postos de combustíveis.
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O relator do caso foi o desembargador Eurípedes Lamounier. No voto, ele disse que “Embora não exista prova cabal da autoria intelectual do crime, conta nos autos a existência de indícios de que o acusado pode ser o mandante do crime, em razão de desavença com a vítima relacionada ao mercado de combustíveis. O réu teria, em tese, encomendado a morte da vítima como último subterfugio para não ter a concorrência direta de postos de combustíveis que poderia praticar preços abaixo da média do mercado da capital”.
A defesa de Duda Pereira disse que vai recorrer da decisão, o empresário sempre negou o crime e afirma está sendo acusado injustamente.
A família de Wenceslau Leobas se disse satisfeita com a mudança da decisão. “Estamos trabalhando junto a justiça e temos fé que ele pagará pelo mal que fez a nossa família”, disse uma sobrinha da vítima, que pediu para não ser identificada.
A decisão alterada nesta terça-feira tinha sido tomada em fevereiro do ano passado pelo juiz Alessando Hofmann, da comarca de Porto Nacional. Na época, ele entendeu que não foram apresentadas provas suficientes para que Duda Pereira fosse a júri popular. O julgamento ainda não tem data para a acontecer.
O crime
Wenceslau Leobas foi morto em 2016 aos 77 anos. Ele foi atingido por tiros no momento em que saía de casa e ainda ficou 17 dias internado antes de morrer. No mesmo dia da tentativa de homicídio, dois suspeitos foram presos. A polícia disse que um deles chegou a confessar a participação no crime.
Os dois acusados de executar o crime Alan Sales Borges e José Marcos de Lima iriam a júri popular, mas José Marcos foi encontrado morto dentro da Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP) enquanto aguardava julgamento.
Duda Pereira era acusado de ser o mandante do crime. Na época, ele disse que estava sendo acusado injustamente. O crime teria ocorrido porque Leobas não aceitava participar de um cartel para alinhar o preço dos combustíveis vendidos.