18 de maio de 2024 18:17

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Caso Henry: Laudo de reconstituição indica 23 lesões no corpo da criança por ‘ação violenta’

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Caso Henry: Laudo de reconstituição indica 23 lesões no corpo da criança por 'ação violenta'

O laudo de reconstituição da morte do menino Henry Borel, de 4 anos, indicou que os 23 pontos de lesões encontrados no corpo do menino foram provocados por “ação violenta”. Segundo a perícia, não há como a criança ter morrido por um acidente doméstico (queda), como alega a mãe, a professora Monique Medeiros, e o padrasto do menino, o médico e vereador Dr. Jairinho (Solidadariedade).

“[As lesões] apresentavam características condizentes com aquelas produzidas mediante ação violenta (homicídio). As lesões constatadas no corpo são sugestivas de diversas ações contundentes e diversos graus de energia, sendo que as lesões intra-abdominais foram de alta energia”, aponta do laudo divulgado hoje pelo Bom Dia Rio, da TV Globo.

Uma imagem que representa o corpo de Henry — frontal e posterior — mostra algumas das lesões apontadas como: escoriações, hematomas, hemorragias em três partes da cabeça, infiltrações, contusões nos rins, pulmão e laceração no fígado. As lesões indicadas pela perícia reforçam o laudo da necropsia que apontou sinais de violência e determinou causa da morte como hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente.

Durante a reconstituição os peritos analisaram todas as chances de acidente doméstico, como suposto pelo casal, incluindo a medição da altura da cama — dita por Monique como um possível local de queda do filho —, altura da estante de livros e da poltrona no quarto do casal onde o menino teria sido encontrado. No entanto, o laudo afirma que “a quantidade de lesões externas não pode ser proveniente de uma queda livre”.

“Na reprodução simulada foi possível constatar que não há a menor hipótese, não há a menor condição de ele [Henry] ter caído, que seja da cama, que seja da poltrona que estava ao lado [da cama], da estante que tem 1,2 metro de altura, eles fizeram todas as medições e viram que não teria as lesões que apresentou na necropsia”, afirmou perita criminal Denise Gonçalves Rivera entrevistada pelo “Fantástico”, da TV Globo.

Ainda segundo a reconstituição, é possível que Henry tenha acordado três vezes após ter sido colocado para dormir no quarto do casal e se dirigido para a sala do apartamento onde o casal estaria assistindo à televisão. Rivera explicou que “eles [peritos] verificaram que é possível que ele [Henry] tenha sido agredido a cada vez que ele ia [até a sala] reclamar, ele sofria uma agressão”.

De acordo com Rivera, a perícia também realizou a análise das imagens das câmeras de segurança do elevador do condomínio do casal que mostram Jairinho e Monique — que segurava Henry no colo — no dia 8 de março, às 04h09 da manhã. “[Os peritos] conseguiram congelar essa imagem e viram que pelo modo como ele [Henry] estava, pelo rosto dele, [determinar] que ele já estava morto [na cena antes de chegar ao hospital]”.

A análise da perícia corrobora com o depoimento da equipe médica que atendeu Henry no qual as três pediatras que prestaram atendimento ao menino disseram que ele já chegou sem vida no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, na madrugada do dia 8 de março. As profissionais da saúde também afirmaram que a criança chegou na unidade de saúde com lesões, assim como indicado no laudo da necropsia.

Para a perícia, a morte do menino aconteceu dentro do apartamento. “As lesões que levaram a morte [mostram que o Henry] podem ter começado a ser agredido às 23h40, por quê? Porque a morte não foi instantânea. Agora, a morte pode ter ocorrido desde 01h30 às 03h30 da manhã”, explica Rivera.

Monique e Jairinho foram presos temporariamente na última quinta-feira (8) por suspeita de participação no homicídio duplamente qualificado com emprego de tortura e impossibilidade de defesa de Henry. Além disso, segundo investigadores, ambos estavam atrapalhando as investigações e ameaçando testemunhas.

Os mandados com os pedidos de prisão pelo assassinato foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri.

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