O mês de setembro é marcado pela campanha “Setembro Amarelo”, que busca prevenir casos de suicídio por meio de incentivos aos cuidados com a saúde mental.
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Apesar dos números preocupantes, o suicídio ainda é um tabu e, por isso, a importância de um mês dedicado a discutir e promover ações a respeito desse problema de saúde pública. Segundo a psicóloga Julliana Aragão, a conscientização sobre o assunto ajuda no acolhimento de pessoas que precisam de suporte emocional, evitando discursos preconceituosos e sem efetividade.
“A conscientização sobre a prevenção ao suicídio torna-se importante pois divulga para a sociedade quais são os sinais e sintomas que são apresentados por pessoas próximas com pensamento e comportamento suicida e de que forma podem ajudá-las”, disse Julliana.
A maioria dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, como a depressão, ansiedade, bipolaridade ou borderline. No entanto, como aponta a psicóloga, o pensamento ou comportamento suicida também pode ser desencadeado em pessoas que não possuem distúrbios.
“Nem sempre uma pessoa com pensamento e comportamento suicida precisa de um transtorno mental para o ato, algumas pessoas podem tentar tirar sua vida de forma desesperada, em função da morte de um ente querido, na descoberta de uma doença incurável, de perda muito significativa de dinheiro, status ou poder, por exemplo”.
Tratamento
De acordo com Julliana, antes de tudo, é necessário que a pessoa com ideação suicida reconheça que precisa de ajuda. Em seguida, ela deve buscar tratamento com profissionais adequados, como psicólogos ou psiquiatras.
“O primeiro passo é reconhecer que precisa de ajuda e que não é vergonhoso pedi-la. Logo em seguida é importante ter uma rede de apoio que ajude a pessoa a encontrar profissionais adequados para que o tratamento se torne sustentável e assertivo. Psiquiatras e psicólogos são os indicados nesse caso. É preciso acreditar que há esperança para vencer as batalhas da vida e que existem profissionais habilitados para lidar com essas dificuldades”.
Os medicamentos que possam ser receitados levam um certo tempo para surtir efeito. Por isso, os primeiros 30 dias após uma tentativa de suicídio e o início do tratamento são os que precisam de mais atenção.
Na rede pública, a indicação é procurar os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS). Por lá, é possível marcar uma consulta com um psiquiatra ou psicólogo.
O CVV
O Centro de Valorização da Vida (CVV) também atende voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, 24 horas, todos os dias.
A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.
Mitos comuns sobre o suicídio
- ‘Quem fala, não faz’ – Não é verdade. Muitas vezes, a pessoa que diz que vai se matar não quer “chamar a atenção”, mas apenas dar um último sinal para pedir ajuda. Por isso, os especialistas pedem que um aviso de suicídio seja levado a sério.
- ‘Não se deve perguntar se a pessoa vai se matar’ – É importante, caso a pessoa esteja com sintomas da depressão, ter uma conversa para entender o que se passa e ajudar. Não tocar no assunto só piora a situação.
- -‘Só os depressivos clássicos se matam’ – Não. Existe o depressivo mais conhecido, aquele que fica deitado na cama e não consegue levantar. Mas outras reações podem ser previsões de um comportamento suicida, como alta agressividade e nível extremo de impulsividade. Os médicos, inclusive, pedem para a família ficar atenta ao momento em que um depressivo sem tratamento diz estar bem: muitas vezes ele pode já ter decidido se matar e tem o assunto como resolvido.
- ‘Quando a pessoa tenta uma vez, tenta sempre’ – A maior parte dos pacientes que levam a sério o tratamento com medicamentos e terapia não chegam a tentar se matar uma segunda vez. O importante é buscar a ajuda.
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