Tentativas de golpes e fraudes envolvendo bancos, sejam em agências, por telefone ou via internet, não são exatamente uma surpresa. No entanto, os clientes precisam estar sempre atentos com qualquer detalhe, mesmo que mínimo, ao receber uma mensagem ou informação sobre a sua conta, alertam a Polícia Civil e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
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Mensagens enviadas por aplicativos de celular, às quais a reportagem do R7 teve acesso, revelam a atuação dos criminosos. Eles telefonam para a vítima e dizem que efetuaram um depósito na conta da pessoa, mas que houve um erro.
A partir daí, o criminoso pede que seja feito o estorno da quantia supostamente depositada por equívoco. O cliente verifica, nota que o valor consta no seu extrato, decide fazer o estorno — a devolução do dinheiro supostamente depositado — e cai no golpe.
Alguns correntistas mais desconfiados ligam para os gerentes e são avisados sobre o golpe. Porém, muitos outros arcaram com os prejuízos, pois os golpistas colocaram envelopes vazios nos caixas eletrônicos. Desta forma, o sistema inclui o valor como crédito e a confirmação só ocorre após o sistema de compensação do banco.
O delegado Marco Antônio de Paula Santos, titular da 4ª Seccional de Polícia Civil de São Paulo, que atende a zona norte da capital paulista, explica que o dinheiro cai em uma conta indicada pelo criminoso e imediatamente é sacado.
Em casos de quantias maiores, o depósito é pulverizado pelos fraudadores entre várias contas bancárias — em valores menores — para somente depois ser retidado pelas quadrilhas.
“Geralmente, é o tipo do golpe dirigido para pessoa de boa índole, pois a vítima não é atraída com qualquer vantagem”, complementou o delegado Marco Antônio de Paula Santos.
Prevenção de ataques
Há vários anos, os bancos também mantêm parcerias com integrantes dos governos, das polícias e do Poder Judiciário para desenvolver ações de inteligência com o objetivo de viabilizar a prisão de quadrilhas e propor novos padrões de proteção.
A Febraban adotou uma série de medidas para minimizar os riscos de fraudes no sistema bancário que utilizam engenharia social — armadilhas que os golpistas criam para obter dados, senhas e informações pessoais dos clientes, ou ainda levá-los a fazer pagamentos em benefício dos criminosos.
Segundo a entidade, o setor gasta cerca de R$ 2 bi por ano no aperfeiçoamento de tecnologias voltadas à segurança da informação.
Conscientização
A Febraban destacou a importância da conscientização em relação à gravidade do problema e do uso de uma cartilha, disponível no site da entidade, que contém orientações à população sobre os riscos de golpes e dicas para se prevenir da eventual ação de criminosos.
Estatísticas
Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo, os crimes contra o patrimônio — categoria que engloba os crimes eletrônicos, furtos e roubos, entre outros — somaram 559.818 registros nos dois primeiros trimestres de 2019 no âmbito estadual. Na capital, foram 248.224 ocorrências no mesmo período.