Em cerimônia aberta ao público, o corpo de Paulinha Abelha está sendo velado desde 7h da manhã desta quinta-feira, 24, no Ginásio Constâncio Vieira, em Aracaju. A cantora faleceu nesta quarta, 23, na sexta, 25, ocorre em Simão Dias um segundo velório.
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“Foi uma perda e tanto. Esse palco vai ficar vazio sem ela. Nossa abelhinha está pousando em outras flores, com o Pai”, disse o cantor e colega de banda Daniel Diau.
O corpo saiu do Hospital Primavera e seguiu para um velatório no Centro da capital, por volta das 23h, para familiares e amigos mais próximos. Às 6h da manhã, seguiu em cortejo pelas ruas da cidade até o ginásio, com limite de 1 mil pessoal no local, em virtude das restrições pelo coronavírus. Um corredor foi preparado para as visitas.
Canções e orações foram realizadas durante a despedida, assim como fãs e amigos faziam em frente aos hospitais quando Paulinha Abelha estava internada. O velório segue até a noite.
“Ela só transmitia coisas boas pra gente. É um momento difícil. Não só pra gente, mas para os fãs. Mas foi assim que Deus quis. Vamos aceitar”, disse José, tio de Paulinha Abelha.
Na sexta (25), o corpo segue para o Ginásio de Esportes José Maria, na cidade natal da cantora, Simão Dias, onde também será aberto ao público. De acordo com a assessoria de imprensa da banda, o sepultamento ocorrerá na cidade, às 15h, apenas para familiares. A prefeitura de Simão Dias decretou luto oficial pela morte da cantora.
A vocalista da banda Calcinha Preta estava internada há quase duas semanas em unidades de terapia intensiva (UTI), para tratamento renal. A cantora morreu às 19h26 em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico, segundo nota divulgada pela assessoria de comunicação do Hospital Primavera (veja mais abaixo).
No dia 17, ela foi transferida para o Primavera, sob os cuidados de equipes médicas de terapia intensiva, neurologia e infectologia (leia abaixo mais detalhes sobre a internação).
Nas últimas 24 horas, segundo nota divulgada pelo hospital, Paulinha teve agravamento de lesões neurológicas. A morte encefálica da cantora foi confirmada após exames clínicos específicos. Paulinha era casada com o modelo Clebinho Santos e não tinha filhos.
Os amigos se mobilizaram em uma campanha de doação de sangue para a artista, que passava por hemodiálise.
Correntes de orações foram realizadas durante dias por fãs em frente aos hospitais em que ela ficou internada, mas Paulinha não resistiu.
Questionada sobre possíveis sequelas, a equipe médica que a acompanhava disse em entrevista coletiva na terça-feira (22) que o maior desafio era “mantê-la viva”.
Quem foi Paulinha Abelha
Natural do município de Simão Dias, no interior de Sergipe, Paula Menezes Nascimento Leça Viana, trabalhou com pai comercializando em feiras livres. Começou a carreira como cantora profissional na banda Panela de Barro, onde fez dupla com o cantor Daniel Diau.
Os dois voltaram a cantar juntos na Calcinha Preta, que também é composta, atualmente, por Silvânia Aquino e Bell Oliver. A história na banda tem idas e vindas, mas começou no final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a descobriu. Ao todo, ela gravou 21 CDs e três DVDs.
Paulinha Abelha foi voz importante do forró eletrônico e ajudou a renovar o ritmo no Calcinha Preta
A cantora foi homenageada na música que leva o seu nome, “Paulinha”. Deixou a banda em 2009 para integrar a G.D.Ó. do Forró com Marlus Viana, com quem foi casada. Em 2014, retornou para a Calcinha Preta. Em 2016, Paulinha deixou a banda para formar dupla com a Silvânia Aquino, retornando ao grupo em 2018.
Entre os maiores sucessos interpretados por Paulinha estão as músicas: ‘Você Não Vale Nada”, ”Furunfa”, “Baby dool”, “Louca por ti”, “Sonho Lindo”, “Armadilha”, “Paulinha” e “Ainda te amo”.
A Calcinha Preta gravou um DVD de 25 anos em fevereiro de 2020 e retornava à rotina de shows após meses sem apresentações por conta da pandemia.
Até a internação de Paulinha, o último compromisso do grupo foi a gravação do podcast Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro.