O estado do Tocantins terá de qualificar 41.807 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e divulgado nesta segunda-feira (30).
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Segundo o gerente do SENAI/CETEC de Palmas, Edmundo Franco, os setores que mais vão demandar mão de obra qualificada no estado são os de agroindústria, logística e de água e esgoto. Por isso, Franco defende que a capacitação de jovens tocantinenses, por meio da formação técnica, é importante não só para melhorar a produtividade e competitividade das empresas, mas também para ajudar esses profissionais a ingressarem ou se realocarem no mercado de trabalho.
“Muitos jovens que optam por essa modalidade conseguem se inserir no mercado de trabalho recebendo em torno de 20% a 25% a mais do que receberiam se não tivessem essa formação. Além de ter uma inserção rápida no mercado de trabalho, esses jovens ganham a possibilidade de trilhar sua carreira”, afirmou.
Saneamento
O setor de água e esgoto precisará, segundo estudo do SENAI, qualificar 564 novos profissionais nos próximos quatro anos no estado. A BRK Ambiental, empresa privada que presta serviços de saneamento e atua em 47 municípios, incluindo a capital, é um exemplo da demanda crescente de qualificação técnica e profissional que o mercado exige.
O gerente de recursos humanos da companhia, Lucas Elias Gomes, explica que há alguns anos a BRK viu a necessidade de contratar profissionais capacitados para uma função estratégica: analisar e tratar a água que chega às torneiras dos moradores do Tocantins.
O problema é que, segundo Gomes, não havia curso específico nem profissionais que se encaixassem na vaga. Para solucionar o problema, a empresa de saneamento solicitou ajuda ao SENAI. Dali em diante, o curso de técnico em química mudou a realidade e o desempenho dos funcionários admitidos.
“O objetivo é manter o mesmo padrão de qualidade em todos os 47 municípios. Por isso, há a necessidade de mantermos nosso funcionário em qualificação e desenvolvimento constante, a ponto de buscar o melhor atendimento e prestação de serviços de qualidade”, apontou.
O gerente de RH da BRK Ambiental afirma ainda que os profissionais que chegam à empresa com formação técnica no currículo conseguem se adaptar melhor ao fluxo de trabalho. “O profissional que já vem com uma formação técnica de uma escola, uma formação mais acadêmica, seguramente tem mais facilidade em aprender a rotina que estamos dispostos a ensinar. Esse profissional está pronto para assumir um posto no mercado de trabalho”, completou.
Como forma de mudar a realidade de milhões de brasileiros que estão desempregados, a saída, na avaliação da deputada federal Professora Dorinha (DEM-TO), é ampliar a oferta de vagas de formação técnica e profissional, destinadas principalmente aos mais jovens. “A educação profissional tem essa tarefa de integrar, trazer o jovem para a escola. É estratégica para um país que tem a tarefa e a responsabilidade de formação dos seus quadros e de mudança do ponto de vista econômico”, defende a parlamentar.
Qualificação profissional
O Mapa do Trabalho Industrial mostra que, entre as ocupações que exigem cursos de qualificação e que mais vão demandar profissionais capacitados, estão as de instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados (1.424); e mecânicos de manutenção de veículos automotores (907).