28 de abril de 2024 08:49

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ARTIGO | O QUE BUSCAM OS ALUNOS DA PERIFERIA DE PALMAS?

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ARTIGO | O QUE BUSCAM OS ALUNOS DA PERIFERIA DE PALMAS?

A periferia de qualquer capital é sempre considerada o lar de muitas famílias que se esforçam e dedicam seus dias para conseguir o básico para sobreviver, claro que quando nos referimos a grandes metrópoles como São Paulo, Rio e Belém que são quase tão antigas quanto o próprio Brasil, essa realidade é absurdamente maior, dada a proporção do crescimento habitacional e urbano. Entretanto, em Palmas com pouco mais de 30 anos (de um Estado que nasceu apenas 1 ano antes), já temos sim nossas histórias de periferia.

As famílias de bairros como as da Capadócia, Santa Fé e assentamentos, localizados ao sul de Palmas, são aqueles exemplos de pessoas simples, humildes, que muitas vezes estão à mercê da violência e insegurança enquanto lutam para manter suas crianças na escola. Os jovens e as crianças desses bairros periféricos precisam se preocupar com a frequência escolar, tarefas de casa, material básico para estudo e as temidas provas. Grande parte dos alunos que compõem as turmas do ensino fundamental anos finais, quando não experimentam a reprovação (por mais de uma vez), por frequência e notas abaixo da média, acabam simplesmente abandonando e preferindo fazer outra coisa.

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Os problemas, por vezes, aumenta quando as oportunidade de fazer “outra coisa” não são muito atrativas, alguns adolescentes acabam se engajando na profissão dos pais, geralmente algum trabalho manual e pesado, na área da construção civil e até pequenos “bicos”, mas, o atrativo pelo retorno financeiro mais rápido, assim como o desejo de se auto afirmar, enquanto uma pessoa que não abaixa a cabeça para ninguém (principalmente os mais abastados da classe média), alguns acabam se envolvendo com o crime, primeiramente, pequenos furtos, até o ponto de realmente se tornarem um risco, não apenas para essas pessoas de vida um pouco melhor do que a deles, em bairros vizinhos, mas também com os próprios moradores locais, que têm o pouco que conseguem na vida, tirado de si.

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As escolas acabam se tornando um ponto de encontro de crianças e adolescentes que não possuem tanta estimativa de futuro, muitos pais e mães nem sabem o que fazer, pois não concordam com as atitudes dos filhos, mas possuem pouca influência sobre isso. Para os pais resta apenas as orações para não receber a notícia da morte de seu filho. Pois o fator mais imperativo, que ainda não citei, são a venda e consumo de entorpecentes, que por vezes acaba ocorrendo nos portões e até dentro de escolas mais periféricas, questões sobre a venda e o consumo acabam causando desavenças com outros bandidos e com a polícia militar, muitas vezes resultando na morte prematura de jovens.

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A solução para essa realidade que se repete em outros locais periféricos de Palmas e até outras cidades tocantinenses, está em apresentar mais oportunidades através dos estudos, que ainda são os meios mais seguros e estatisticamente eficazes de construir caminhos para longe da miséria e violência. Os incentivos do governo até ajudam, em certa medida, mas para uma geração que recebe informações em tempo real, sobre tecnologias e geração de renda, apenas dizer para que o aluno fique na escola, não é mais o suficiente. É necessário trazer motivos palpáveis para permanência na escola, meios de já iniciar uma carreira, através de incentivos para formação de profissionais (ainda que técnicos), para que o futuro se torne algo menos fantasioso e mais palpável.

Professor Wesley Santos
Pesquisador, Pedagogo

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