VÍDEO – Distribuição de comida em Gaza termina com mais de 100 mortos; Hamas diz que soldados israelenses abriram fogo

Mais de cem vidas foram perdidas na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (29), durante um evento de distribuição de alimentos e assistência humanitária, informou o Ministério da Saúde local, sob administração do Hamas. A situação se agravou quando, segundo relatos, soldados israelenses envolvidos na operação de distribuição teriam aberto fogo contra a população presente. No entanto, Israel não confirmou oficialmente o uso de força armada por seus soldados.

Uma fonte governamental israelense, que preferiu não ser identificada, comunicou à Reuters que os disparos ocorreram em resposta a uma percepção de ameaça às tropas israelenses. Uma narrativa similar foi veiculada pelo “New York Times”, que também manteve a fonte em anonimato. Testemunhas ouvidas pela Associated Press corroboram a ocorrência de tiros por parte dos soldados israelenses.

As Forças Armadas de Israel, por meio de uma nota, explicaram que o desastre foi resultado do tumulto e do pisoteamento que aconteceu no momento em que os palestinos tentavam acessar os suprimentos humanitários. Enfatizaram que as mortes decorreram do caos instaurado pela multidão ao redor dos caminhões de auxílio.

112 mortos e 760 feridos

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza reportou um total de 112 mortos e 760 feridos devido ao conflito, marcado por cenas de desespero na rua Al Rashid, uma das principais vias da região, onde a distribuição da ajuda estava sendo realizada.

Em resposta aos acontecimentos, a Casa Branca classificou o ocorrido como “sério” e anunciou uma investigação. O presidente Joe Biden expressou preocupação, salientando que o ocorrido complica as negociações para um cessar-fogo entre o Hamas e Israel. A ONU, por sua vez, condenou o ocorrido e reiterou a urgente necessidade de assistência humanitária aos civis na Faixa de Gaza.

Este episódio ocorre em um contexto de escalada do conflito na região, que já resultou em mais de 30 mil mortes desde o início das hostilidades em 7 de outubro, conforme dados fornecidos pelo governo local.