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O deputado federal, Nereu Crispim (PSL-RS), disse que caminhoneiros autônomos se sentem traídos pelo presidente Jair Bolsonaro em relação às demandas da categoria. A declaração foi dada ao UOL nesta segunda-feira (01), data em que começou a paralisação de parte dos profissionais.
Crispim fez questão de ressaltar as promessas de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. Na época, o então candidato se posicionava contra a política de preços da Petrobras.
“A categoria dos caminhoneiros se sente traída pelo presidente Jair Bolsonaro, que lá em 2018 falava da problemática dessa política de preços da Petrobras”, afirmou.
O representante da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros lembrou das negociações feitas com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Nereu Crispim criticou Freitas pela falta de atenção aos caminhoneiros nos últimos anos.
“O ministro Tarcísio, que era a pessoa responsável por ser interlocutor com essa categoria, até então, durante esses dois anos e meio, não fez nenhuma entrega. É uma pessoa hoje, inclusive, que não é muito bem vista dentro da categoria dos caminhoneiros”, criticou o parlamentar.
Vilão dos combustíveis
Em entrevista, o deputado ressaltou que a culpa na alta do preço dos combustíveis não é do ICMS dos estados. Essa foi umas das desculpas que Bolsonaro deu para o reajuste dos valores nas bombas.
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Crispim afirma que o valor dos combustíveis é culpa da política de preços da Petrobras. A estatal considera o valor do dólar no Brasil e o preço do barril do petróleo no mercado internacional.
“Sabemos veementemente que não é o ICMS o vilão. O vilão disso tudo é exatamente essa política de preço baseada no dólar, baseada na variação do barril do petróleo. Quem ganha com isso são os bancos e os lobbies dos importadores e os aplicadores”.
Ao ser questionado sobre a greve dos caminhoneiros, o deputado se posicionou contra a paralisação, embora admita ser necessária maior atenção às demandas da categoria.
“Particularmente eu e a própria Frente Parlamentar não defendemos a paralisação, mas também sabemos que eles têm direito de reivindicar melhores condições de trabalho. Essas altas sucessivas do óleo diesel vêm praticamente estabelecendo uma situação de miséria pelas estradas”, afirmou Crispim.
A paralisação dos caminhoneiros começou na manhã desta segunda-feira em todo o país. No entanto, a greve ainda não teve a adesão esperada por lideranças. Não há registros de rodovias paralisadas ou de caminhoneiros que pretendem parar os serviços. As informações foram repassadas pelo Palácio do Planalto.