As mãos calejadas, a pele queimada do sol e o rosto marcado mostram a face de um homem trabalhador que dedicou a maior parte de sua vida à construção civil. Com a chegada da velhice, a força física que antes dava o pão de cada dia para Juarez Monteiro, de 68 anos, hoje se transformou em delicadeza e amor pelo trabalho no campo. Plantar e colher é o novo ofício desse, que assim como muitos brasileiros, tira do suor do rosto o seu sustento. E em mais um 25 de agosto, a Prefeitura de Palmas homenageia os feirantes e conta um pouco da história de quem ajuda a abastecer a mesa dos palmenses.
- Publicidades -
A rotina é puxada, começa com o raiar do dia, momento em que Monteiro acorda e após um café da manhã, já se prepara para fazer o que tanto gosta, cuidar da sua plantação de couve. Os pés são graúdos, as folhas bem verdes e com a crocância ideal que tanto agrada aos consumidores. É nesse pequeno espaço na Horta Comunitária da Arse 112 (1.106 Sul) que a vida de Monteiro ganha um novo significado. “Eu trabalhava na construção civil, mas devido a idade as empresas não contratavam mais e precisei me reinventar. Já são sete anos plantando nesta horta tomate, alface, cheiro verde e couve. Sou feliz com o que faço”, comemora.
Além do valor da aposentadoria que recebe mensalmente, Monteiro também aposta nas feiras livres para comercializar seus produtos. Toda quinta-feira ele bate ponto em sua barraca na feira da Arse 112 para abastecer a cozinha de seus clientes. “Também ajudo meus amigos da horta que não tem barraca na feira e levo os produtos deles. A união é nosso ganha pão. Gosto de ajudar meus colegas”, garante.
Na outra ponta da cidade, na Feira da 304 Sul, Flávia Kock aposta no seu talento para produzir doces, pães e bolos, para o sustento da família. “Já são 23 anos de uma história de trabalho e muita luta. Não vou dizer que é fácil ser feirante, temos nossos dias de dificuldade, mas essa movimento, alegria e convivência com os clientes e companheiros de trabalho faz tudo valer a pena”, enaltece a feirante.
Feiras
E de tudo um pouco é possível encontrar nas feiras de Palmas, como carnes, verduras, hortaliças, doces caseiros, lanches, conservas em geral, frios e laticínios, especiarias, confecções, frutos do cerrado, dentre outros. As de grande porte, com cobertura, somam sete no total, sendo da Arno 33, Arno 61, 304 Sul, Arse 112, Aurenys I e II e Taquaruçu Grande. Mas está em crescimento uma nova modalidade, as feirinhas de bairro, com estruturas moveis e que a cada dia ganham mais adeptos.
A Feira do Santa Bárbara, Feirinha da Arne 13 Norte, Santo Amaro e a mais recente, da Arse 131 movimenta os bairros e são a oportunidade para os pequenos produtores, artesãos, donas de casa e quem busca uma renda extra, em conseguir vender o fruto do seu trabalho em um espaço familiar e com grande circulação de pessoas. A Feira das Manas também funciona na mesma linha, mas como foco na reunião de expositoras exclusivamente mulheres.
Dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Emprego (Sedem) aponta que as feiras de Palmas atinjam direta e indiretamente uma média de 4.500 empregos. O faturamento médio mensal é em torno de R$ 6 milhões.