Nesta sexta-feira (28/8), o Ministério Público do Tocantins informou que foi apresentada uma denúncia à Justiça contra dez pessoas que estariam envolvidas no esquema de fraudes no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), na unidade de Araguaína. O grupo teria usado dados falsos para emitir documentos novos a veículos furtados ou roubados em outras partes do país.
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Na lista de denunciados há três despachantes, quatro servidores e três ex-servidores do Detran. Além de Araguaína, também exite a suspeita de que o grupo agia em Tocantinópolis, onde moram dois dos acusados. Para que eles se tornem réus, a Justiça precisa analisar e aceitar a denúncia.
A investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) indicou que entre os documentos que foram falsificados estavam Certificados de Registro de Veículos (CRVs). Os dados fornecidos eram de veículos similares que ainda não possuíam registro. Para isso eram utilizados os números do chassi de automóveis que ainda pertenciam a fábricas ou concessionárias, de veículos vendidos ao Exército ou de carros que seriam enviados para exportação.
A fraude nos dados possibilitava outros tipos de golpes. Na lista, estão casos de seguradoras que foram alvo do grupo, financiamento de veículos que sequer existiam e alterações nas características de carros roubados para que não fossem reconhecidos.
Os documentos eram emitidos em nome de ‘laranjas’. A apuração indica que estas pessoas também eram vítimas e não tinham conhecimento de que os automóveis estavam nos nomes delas. Os crimes ocorreram pelo menos entre abril de 2018 e janeiro de 2020, por várias vezes.
Em fevereiro, o grupo foi alvo da Operação Dolos e parte dos denunciados chegou a ser preso, mas responde ao processo em liberdade. A denúncia apresentada pelo MP pede a condenação deles pelos crimes de inserir dados falsos no sistema do Detran, falsificação de documentos, falsidade ideológica, corrupção passiva, corrupção ativa e formação de organização criminosa.