Os militares Joel Dias dos Santos, 50 anos, e Pedro Ernesto Sousa Monteiro, 20 anos, que mataram a tiros o motorista Gercione Soares, de 44 anos, agiram dentro do procedimento padrão da Polícia Militar (PM), diz nota enviada pela corporação nesta segunda-feira (24).
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“Os militares fizeram o uso seletivo da força com espargidor e tonfa conforme o Procedimento Operacional Padrão e, mesmo assim, ele continuou investindo contra a guarnição”.
De acordo com a PM, houve a utilização dos meios “disponíveis e necessários para a contenção do agressor, no nível de letalidade que exigiu o caso”.
Os policiais envolvidos no ocorrido são: o primeiro-sargento Joel Dias dos Santos, 50 anos, concursado desde outubro de 1993; e o soldado Pedro Ernesto Sousa Monteiro, 20 anos, concursado desde março do ano passado.
A PM informou que haverá abertura de sindicância para apurar a conduta, mas que ainda não informou o nome do processo ou quem presidirá no órgão corregedor.
“Os primeiros atos preparatórios para a instauração da sindicância já foram adotados, como de praxe institucional. Não foi definido ainda o nome do encarregado do caso”.
Em relação ao afastamento, a corporação disse que “só serão afastados caso seja essa a recomendação do profissional que os acompanhará”.
Ainda segundo a PM, os dois policiais farão acompanhamento psicológico, sem prazo determinado para se encerrar.
Entenda o caso
Um homem de 44 anos, identificado como Gercione Soares, morreu, na manhã deste domingo (23), após reagir a uma abordagem policial e entrar em confronto físico contra dois militares, no setor Nova Fronteira, em Paraíso do Tocantins. (Veja vídeo no final da matéria)
Ao Jornal Sou de Palmas, a Polícia Militar comunicou que havia sido acionada para atender uma ocorrência de violência doméstica no Setor Pouso Alegre. No local, a vítima informou que estava sendo ameaçada de morte por seu ex-companheiro.
A mulher repassou as características do indivíduo para os policiais e próximo ao local, já no setor Nova Fronteira, a equipe identificou o autor, que não acatou às ordens da guarnição e investiu contra os militares, entrando em luta corporal com eles.
Ainda segundo a PM, os militares fizeram o uso seletivo da força com espargidor e cassetete, e, mesmo assim, o indivíduo continuou investindo contra a guarnição, derrubou um dos militares ao chão e apossou-se de um cassetete e de um espargidor que utilizou contra a guarnição.
O autor proferiu vários golpes com o cassetete na região da cabeça do policial ao chão e tentou tomar sua arma de fogo, porém o militar conseguiu realizar dois disparos, tendo um atingido a perna do criminoso.
Mesmo alvejado, o autor continuou em cima do militar, tentando tomar sua arma, momento em que, o outro policial efetuou um disparo na região torácica do criminoso, para defender seu companheiro.
Após o confronto, o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado e realizou o socorro do suspeito, ele foi encaminhado ao Hospital Regional de Paraíso do Tocantins, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
Violência doméstica
A vítima de violência doméstica foi conduzida à Delegacia de Polícia Civil, juntamente com seu filho, para prestar depoimento. A vítima já possuía medida protetiva contra o agressor, sendo que este possuía antecedentes criminais por ameaça, lesão corporal e perseguição contra a ex-esposa, além de estelionato (2023).
O policial militar agredido teve hematomas e cortes na região da cabeça e, após o atendimento médico, foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, onde realizou exame de corpo de delito.
Na sequência, a vítima de violência doméstica relatou aos militares que seu ex-companheiro chegou ao local dizendo que acabaria com tudo naquele dia, a mataria e também se suicidaria. Ainda, mandou que o menor filho do casal pegasse uma faca, porém o menor não obedeceu. Ao tentar ir à cozinha pegar a arma branca, a vítima o segurou e conseguiu fugir para a residência de um familiar nas proximidades, momento em que a Polícia Militar foi acionada por um desconhecido e chegou ao local.
Após o ocorrido, os dois policiais militares se apresentaram na 9ª Central de Atendimento da Polícia Civil em Paraíso do Tocantins. Foram ouvidos pelo delegado plantonista e em seguida liberados após constatada legítima defesa.
A ocorrência foi encaminhada para a 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado – 6ª DEIC de Paraíso, que ficará responsável por investigar o caso e dar os encaminhamentos necessários.
VEJA VÍDEO:
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