A Libras (Língua Brasileira de Sinais) começou a ser introduzida como matéria escolar para os alunos da Rede Municipal de Ensino de Araguaína. As primeiras aulas foram realizadas na última semana, para 1.967 crianças matriculadas nas 77 turmas de quinto ano. Além do conhecimento linguístico, a nova disciplina trabalha a inclusão social com explicações sobre a surdez.
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Para aumentar ainda mais a efetividade do ensino, parte dos professores são surdos e atuam em parceria com intérpretes na sala de aula. O professor Cleysson Wender, que perdeu parte da audição por conta de uma meningite logo após nascer, contou sobre como e porque aprendeu Libras, na primeira aula do 5º Ano A da Escola Municipal Gentil Ferreira Brito, no Setor Brasil, no último dia 10.
“Eu usei aparelho, aprendi verbalizar um pouco, mas não gostei, era muito barulho”, contou o professor com a assistência do intérprete Giovanni Santos, sobre a opção de se comunicar por Libras como primeira língua. Além disso, explicou caraterísticas diferentes de surdez e muitas dúvidas. “O surdo não escuta a música, mas sente a vibração da música”.
A aluna Julia Martins Cunha, 10 anos, contou que já conhecia alguns sinais que a tia ensinou em casa e agora vai aprender mais. “Minha tia não é surda e sabe Libras porque fez curso para a igreja. Já sei pedir água, família, prazer em conhecer você e obrigado. Gostei muito e vou treinar mais”
Nova disciplina
De acordo com a diretora de Ensino Especial da Secretaria Municipal da Educação, Ana Paula Oliveira, a nova disciplina será um grande avanço para o processo de inclusão escolar e funcionará na prática como qualquer outra disciplina. “Cada turma terá uma hora de aula por semana e atividade avaliativa bimestral para saber o desenvolvimento alcançado naquele período. A introdução da matéria será gradativa e logo chegará para todos os anos”, afirmou.
Ana Paula ainda explicou que as aulas ministradas por professores surdos ajudam na efetividade do ensino. “É a língua natural deles e por isso tem mais propriedades para ensinar. Isso também é muito importante para outros alunos com surdez, até pela questão de identidade, ali tem um profissional que também tem uma deficiência e isso enriquece o aprendizado”.