O período de seca chegou e com ele as queimadas em Palmas, criminosas ou acidentais, se espalham pelos arredores da cidade. Dados do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que durante todo o ano passado, o Tocantins teve 13.625 focos de calor e é o segundo colocado no ranking brasileiro de queimadas. A Capital registrou 79 incidências. Além de ser fator para degradação da natureza, as queimadas podem ocasionar complicações na saúde da população, que registra grande número de internações por problemas respiratórios durante o período.
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Segundo a Vigilância de Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), a tóxica composição da fumaça pode causar desde sintomas leves (ardência na garganta, tosse seca, cansaço, falta de ar, dificuldade para respirar, dor de cabeça, rouquidão e lacrimejamento e vermelhidão nos olhos) ao agravamento das doenças das vias respiratórias (rinite, sinusite, asma, bronquite), dentre outras doenças mais graves e até a morte.
Preocupada com o possível aumento das internações durante o período, a Vigilância em Saúde alerta a população para cuidados necessários nesse tempo que pode ser ainda mais crítico ao considerar a pandemia de Covid-19. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que entre 2015 a 2019 a média da taxa de internações hospitalares por doenças respiratórias no Tocantins foi de 4,81 para cada mil habitantes, enquanto que na capital Palmas, no mesmo período, foi de 3,04/mil habitantes.
Dentre os pacientes internados, a maioria é de idosos, que apontou uma incidência de 68% dos casos, seguidos de crianças menores de quatro anos, que representa 46% das internações. A Vigilância em Saúde ambiental observa que embora as crianças sejam mais vulneráveis às doenças respiratórias, em idosos, os casos podem se agravar devido às doenças pré-existentes, com a pandemia de Covid-19, os cuidados devem ser ainda mais redobrados.
Para amenizar os efeitos das queimadas na saúde, a Vigilância em Saúde Ambiental recomenda alguns cuidados necessários. Dentre eles, evitar a proximidade com incêndios, manter uma boa hidratação, principalmente em crianças menores de cinco anos e idosos maiores de 65 anos, e manter os ambientes da casa e do trabalho fechados, mas umidificados, com o uso de vaporizadores, bacias com água e toalhas molhadas. Também é indicado e obrigatório usar máscaras ao sair na rua, evitar aglomerações em locais fechados, e optar por uma dieta leve, com a ingestão de verduras, frutas e legumes. Em caso de urgência também deve-se buscar ajuda médica imediatamente nos centros de saúde da comunidade ou em uma das UPAs da Capital.