Nesta terça-feira (5/11), o Coletivo SOMOS manifestou apoio a estudantes trans de Araguaína após críticas ao auxílio de R$ 400 oferecido pela Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT). O benefício, limitado a sete alunos e com duração de dois meses, gerou controvérsias e foi alvo de ataques. O grupo destacou a importância de defender os direitos de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
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O Coletivo também se posicionou contra as declarações do vereador de Araguaína, Ygor Cortez, que questionou a necessidade e a validade da bolsa. O vereador eleito Eduardo Azevedo, do SOMOS, argumentou que é preciso compreender o contexto do auxílio. Ele explicou que o valor de R$ 400 por mês, destinado a um pequeno grupo de estudantes, totaliza R$ 5.600 para todos os beneficiados — um montante modesto, comparado a outras despesas e benefícios. “É um valor muito pequeno para uma necessidade urgente, e está sendo distorcido”, afirmou.
Azevedo também destacou a disparidade entre os salários dos vereadores e o valor do auxílio. “É difícil entender como há tanta crítica a uma ajuda de R$ 400 para estudantes trans vulneráveis, enquanto um vereador de Araguaína recebe mais de R$ 17 mil por mês”, comentou.
O auxílio se insere em um contexto de escassez de recursos e grande vulnerabilidade da comunidade trans, que enfrenta discriminação e exclusão social. A UFNT oferece outros tipos de assistência, como bolsas de permanência e apoio psicológico, voltadas as estudantes de baixa renda e em situação de necessidade.
O Coletivo SOMOS também questionou a priorização de um debate sobre um auxílio tão específico, enquanto outros problemas mais amplos e urgentes no município não são tratados com a mesma atenção. “Por que concentrar tanta crítica em um benefício tão pontual, quando Araguaína enfrenta questões mais amplas, como infraestrutura e políticas públicas de assistência social?”, questionou o grupo.
O Coletivo também criticou a postura de políticos que se dizem defensores de valores cristãos, mas, segundo eles, praticam ações contrárias aos princípios de acolhimento e compaixão ensinados por Jesus. “Esses líderes falam de Deus, mas suas ações negam os ensinamentos fundamentais do Evangelho, que sempre priorizaram o cuidado com os mais necessitados”, afirmou.
Além disso, o Coletivo SOMOS formalizou uma denúncia na Ouvidoria do Ministério Público do Estado (MPE-TO) sobre as falas do vereador Ygor Cortez e do suplente Divino Bethânia. Esta não é a primeira vez que o vereador é alvo de denúncias; em 2021, o grupo já havia acionado o MPE em função de declarações consideradas homofóbicas relacionadas a uma campanha da Prefeitura de Araguaína.