Dados do NUCAE (Núcleo de Coleta e Análise Estatística), da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, apontam que, de janeiro a julho deste ano, Araguaína foi a segunda cidade do Tocantins com mais casos de crimes e violência contra a mulher. No total, foram registrados nos órgãos oficiais 1.252 denúncias entre ameaças, lesão corporal, injúria, vias de fato, perseguição, difamação, entre outras.
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No Tocantins, no mesmo período, foram 7.741 crimes registrados e com uma tendência de crescimento das agressões nos finais de semana. Os índices de violência contra a mulher aumentam progressivamente aos sábados e domingos, se estendendo para as segundas-feiras. A média é de 1.486 aos sábados, 1.642 aos domingos e 1.052 às segundas. E durante o primeiro semestre, o mês de abril apresentou o ápice de vítimas, totalizando 1.197 registros.
Ações de combate
A Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação de Araguaína já definiu o cronograma de atividades junto à comunidade. A campanha do Agosto Lilás deste ano mais uma vez visa ampliar a conscientização sobre a violência doméstica e sensibilizar a sociedade para a importância de prevenir, combater e erradicar esse grave problema social, bem como divulgação dos órgãos e entidades nas quais atendem este público e os canais existentes para denúncias.
Segundo a diretora interina de Políticas Públicas Setoriais, Rhaíssa da Rosa, o objetivo é deixar cada vez mais a sociedade consciente de que não se pode mais tolerar qualquer tipo de violência contra a mulher. “Nosso trabalho esse ano é voltado principalmente para o diálogo com o público masculino, com um caráter educativo e preventivo, uma vez que os índices apontam que os homens seguem sendo maioria dentre os sujeitos praticantes de violência contra a mulher” , explica.
“É importante que, como sociedade, não nos furtamos de discutir a gravidade das consequências da violência contra a mulher. O Agosto Lilás é uma oportunidade de lançarmos luz sobre um assunto que é importante todos os dias do ano”, reforça Jocélia Alves da Silva, diretora de Proteção Social Especial
Programação
No dia 11 de agosto, a Prefeitura, a DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e o Grupo Gestor das Equipes Multidisciplinares do Tribunal de Justiça farão uma caminhada de conscientização que sairá do 2º BPM (Batalhão da Polícia Militar), na Avenida Filadélfia, às 16 horas, em direção à Via Lago. No final do evento, haverá atividades educacionais e atendimento às mulheres para registro de Bos (Boletins de Ocorrência) e requerimento de medida protetiva.
Nos dias 14, 16, 18, 25 e 28, as ações incluem workshop na GMA (Guarda Municipal de Araguaína), palestras no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), na concessionária de energia Energisa, nas empresas Nosso Lar, Enecol, Rio Verde Engenharia, além de uma sessão de cinema e roda de conversa com jovens na Praça CEU.
Tocantins entre os mais violentos
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Tocantins figura entre os estados brasileiros que mais matam mulheres. Em 2020, foram 10 casos registrados e, em 2021, 21 casos. A taxa de feminicídios a cada 100 mil habitantes ficou em 2,6 em 2021, mais que o dobro da média nacional, de 1,2, e que colocou o estado em segundo lugar no país, empatado com o estado de Mato Grosso do Sul. De acordo com o NUCAE, só este ano, foram sete feminicídios registrados no Tocantins até julho.
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