A Polícia Civil de Mato Grosso segue investigando o caso da chacina que vitimou uma mãe e três filhas em uma casa no Bairro Florais da Mata, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, na última segunda-feira (27).
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De acordo com um empresário conhecido da família, o pai das meninas e esposo de Cleici trabalha como caminhoneiro e estava em Cascavel (PR) quando o crime ocorreu. Ele retornou para Sorriso na noite de segunda-feira.
O advogado que representa a família, Conrado Pavelski Neto, disse que todos estão muito abalados com a situação e alguns familiares agora recebem tratamento psicológico para amenizar o “sentimento de amargura e tristeza”.
Quem são as vítimas?
As quatro vítimas da chacina eram mãe e filhas.
Elas foram identificadas como:
- Cleci Calvi Cardoso – 45 anos;
- Miliane Calvi Cardoso – 19 anos;
- Manuela Calvi Cardoso – 13 anos;
- Melissa Calvi Cardoso – 10 anos.
Cleici era proprietária de uma empresa de prestação de crédito e a filha mais velha, Miliane, cursava agronomia em uma faculdade do município. Já as filhas mais novas, Manuela e Melissa, tinham um canal de YouTube onde falavam sobre o amor entre irmãs.
A diretora da faculdade em que Miliane estudava, Valéria Gomes Carvalho, relatou que a jovem estava no 2° período do curso, que tinha um bom relacionamento com todos e que era líder de turma.
Quem é o suspeito?
Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, foi preso como sendo o principal suspeito do crime. Ele atuava como funcionário em uma obra próxima do local onde as vítimas moravam. Segundo a polícia, ele estava foragido por outro crime sexual no município de Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá e por latrocínio em Mineiros (GO).
O investigado foi transferido para a Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop, a 503 km de Cuiabá.
Como o suspeito foi identificado?
Durante as investigações da Polícia Civil, a perícia encontrou marcas de chinelo no piso, que estava manchado de sangue, na casa das vítimas. Em seguida, os policiais encontraram o chinelo do suspeito com as mesmas características das marcas no piso, confirmando então se tratar do mesmo calçado que havia marcado o chão da casa.
Ao ser interrogado pelos agentes, o suspeito ficou nervoso e confessou o crime.
Durante o interrogatório, ele admitiu que invadiu a casa das vítimas pela janela do banheiro, na noite de sexta-feira (24), após fazer uso de drogas. A polícia localizou as roupas dele usadas no dia do crime e as encaminhou para perícia. No local onde estava o suspeito, também havia uma peça de roupa íntima de uma das vítimas.
Como as vítimas foram encontradas?
Segundo a polícia, três das quatro vítimas foram encontradas degoladas e com sinais de abuso sexual.
O sargento Thalmir Ferreira, porta-voz do Corpo de Bombeiros, informou que a Polícia Militar foi acionada pelos vizinhos após notarem a ausência da família no final de semana.
“Várias das vítimas tinham perfurações de faca. Com certeza, tentaram se defender. Quando estávamos procurando o acesso para entrar na casa, estávamos pensando em arrombar a porta principal, mas uma janela já estava arrombada”, disse.
O bombeiro também contou que a mãe e a filha mais velha foram encontradas mortas no corredor do imóvel. As outras filhas, de 13 e 10 anos, em um dos quartos.
Pai pediu ajuda a amigo para procurá-las após perda de contato
O pai das três meninas mortas com a mãe dentro de casa em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, enviou um áudio para um amigo, no domingo (26), pedindo ajuda para localizar a família para ele, após perder o contato. Na gravação, ele diz que está procurando a esposa e as filhas desde sexta-feira (24), mas que não teve resposta.
Como o crime ocorreu
À polícia, o investigado disse que a intenção era de roubar, mas após ser confrontado pela mãe das meninas, ambos entraram em luta corporal e a mulher foi atacada com uma faca. Neste momento, a filha mais velha saiu do quarto para socorrer a mãe e também foi atacada. Na sequência, ele confessou que assassinou as outras duas vítimas, ambas menores de idade.
Ainda durante o interrogatório, Gilberto contou que saiu da casa pela mesma janela por onde entrou e voltou para a obra, onde retirou as roupas sujas de sangue e guardou em um contêiner.
De acordo com delegado, a Polícia Civil seguirá investigando o caso para saber se há mais pessoas envolvidas no crime.
O que falta saber
- Porque o suspeito, que possuía mandados de prisão em aberto, estava em liberdade?
- Qual foi a motivação do crime?
- Há mais pessoas envolvidas?
- Há quanto tempo o suspeito trabalhava na obra próxima a casa das vítimas?
Envie sugestões de pauta ou denúncia para o Whatsapp do Jornal Sou de Palmas: (63) 992237820