Brasil – Um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), obtido pelo g1, revela as condições precárias em que seis trabalhadores foram encontrados em uma das fazendas do cantor Leonardo, em Jussara, no noroeste de Goiás. Os fiscais descreveram os alojamentos como inadequados, sem banheiros e com camas improvisadas. Além disso, foi identificada uma infestação de morcegos e fezes no local.
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Leonardo é incluído na lista suja do trabalho escravo
Leonardo foi incluído na “lista suja” do trabalho escravo do MTE, após a fiscalização que resgatou seis trabalhadores em condições análogas à escravidão. Entre eles, estava um adolescente de 17 anos. Ao todo, 18 pessoas trabalhavam na propriedade, que fica na Fazenda Lakanka.
Os trabalhadores resgatados estavam alojados em uma casa abandonada, localizada a cerca de 2 km da sede da fazenda. O local apresentava diversas falhas estruturais, como telhas deslocadas que permitiam a entrada de água da chuva, molhando os pertences dos funcionários. A inspeção ocorreu em novembro de 2023, abrangendo duas fazendas: Lakanka e Talismã, esta última avaliada em R$ 60 milhões.
Defesa de Leonardo nega responsabilidade direta
Apesar de a área estar arrendada, o relatório responsabiliza o cantor, já que os trabalhadores prestavam serviços a ele de forma indireta. Em sua defesa, Leonardo afirmou que não tinha conhecimento das práticas e que a responsabilidade seria do arrendatário, que planta soja na área.
A defesa de Leonardo também destacou que as indenizações foram pagas e que o Ministério Público do Trabalho arquivou o processo após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O cantor lamentou a inclusão de seu nome na lista suja, dizendo estar surpreso e triste com a situação.
Condições insalubres no alojamento
Os fiscais descreveram o local onde os trabalhadores viviam como extremamente precário. Eles improvisaram camas com tábuas e outros materiais encontrados no local. Havia uma infestação de morcegos, além da presença de formigas, cobras e escorpiões. O banheiro estava inoperante, e os trabalhadores usavam a vegetação ao redor para as necessidades fisiológicas.
O relatório também aponta que a única água disponível era de um poço, sem manutenção, o que comprometia a qualidade da água utilizada para banho e consumo. Os empregados tinham que caminhar cerca de 2 km para buscar água potável.
Outros 12 trabalhadores também foram encontrados na fazenda
Além dos seis trabalhadores resgatados, outros 12 funcionários estavam em condições de trabalho informal na fazenda. Embora não estivessem em situação tão degradante quanto os resgatados, o relatório indicou que esses empregados também não tinham seus direitos trabalhistas garantidos.