Um homem e sua filha de quase dois anos morreram afogados ao tentar atravessar o Rio Grande, na fronteira entre México e Estados Unidos. Uma foto chocante divulgada nesta terça-feira registrou o momento em que os corpos da família foram encontrados. A criança estava com o braço ainda em volta do pescoço do pai, o que sugere que ela estava agarrada a ele nos momentos finais da vida.
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As duas vítimas foram identificadas como Óscar Alberto Martínez Ramírez, de 26 anos, e Valeria, de 1 ano e 11 meses. Os corpos foram encontradados na margem do rio próximo à cidade de Matamoro, no México, a apenas um quilômetro da fronteira com o Texas, nos Estados Unidos.
Jornais mexicanos comparam a imagem à foto do menino sírio Alan Kurdi, de 3 anos, que comoveu o mundo e se tornou símbolo da crise migratória que matou milhares de pessoas no Oriente Médio e na África, que tentavam chegar à Europa para fugir de conflitos bélicos, perseguições e pobreza.
A mulher de Óscar, Tania Vanessa Ávalos, de 21 anos, mãe da pequena Valeria, disse ao jornal mexicano “La Jornada”, que a família chegou a cidade a Montamoros no domingo, com a esperança de solicitar asilo no país vizinho. Segundo Tania Vanessa, quando o marido percebeu que o processo demoraria mais do que o esperado, ele decidiu que deveriam atrevessar a fronteira nadando.
A mulher relatou às autoridades locais que o marido cruzou primeiro o rio com a filha, e a deixou do lado americano. Ele então se virou para buscá-la mas a garota entrou na água atrás dele. Quando foi salvá-la, a corrente levou os dois.
Na segunda-feira, o governo mexicano enviou mais de 20 mil forças de segurança para suas fronteiras sul e norte — uma tentativa de impedir a passagem de migrantes não autorizados para os Estados Unidos, disseram autoridades. Entretanto, especialistas em direitos humanos, defensores dos imigrantes e analistas de segurança alertaram que a mobilização pode levar os migrantes a buscarem rotas mais perigosas para chegar aos Estados Unidos.
Mesmo com a política linha-dura, centenas de milhares de migrantes continuam saindo da América Central e do resto do mundo em direção aos EUA. Alguns fogem de gangues que destroem seus vilarejos e matam sem piedade. Outros estão à procura de melhores condições econômicas.
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