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A Justiça do Rio decidiu não decretar a prisão preventiva de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, pela tentativa de homicídio contra o investidor Nilson Alves da Silva, de 44 anos. A decisão, de sexta-feira, atende ao parecer do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) do último dia 2, onde o órgão se manifestou de forma contrária à prisão, alegando que ainda não havia sido realizadas diligências suficientes para o indiciamento.
Glaidson está preso e é réu, ao lado de outros 16 comparsas, por crimes contra o sistema financeiro nacional, entre outros delitos. Ele é acusado de montar uma pirâmide financeira disfarçada de investimentos de bitcoins, especialmente na Região dos Lagos, onde arrecadou pelo menos R$ 38 bilhões.
“O Ministério Público não endossou a representação da autoridade policial pela decretação da prisão preventiva de GLAIDSON ACÁCIO DOS SANTOS, THIAGO REIS e RODRIGO MOREIRA e, inexistindo pretensão prisional por parte do órgão ministerial, mister se faz refutá-la de plano, sem maiores análises de mérito prisional”, diz a decisão da juíza Janaina Pereira Pomposelli, de Cabo Frio.
Thiago Reis é acusado pela Polícia Civil de ter contratado os executores do crime, enquanto Rodrigo Moreira de ter sido um dos contratados por Glaidson para a execução.
A decisão judicial também estabelece a prisão temporária de Rafael Marques Gregorio e a prorrogação da prisão de Chingler Lopes Lima, ambos por 30 dias. Fabio Natan do Nascismento também teve a prisão temporária mantida. Os três são acusados de participarem diretamente do atentado.
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“PRORROGO A PRISÃO TEMPORÁRIA de CHINGLER LOPES LIMA, assim comoDECRETO A PRISÃO TEMPORÁRIA de RAFAEL MARQUES GREGORIO VIANA, ambas peloprazo de 30 (trinta) dias (…) assim como mantenho a decretação da prisãotemporária de FABIO NATAN DO NASCIMENTO, nos termos da decisão anterior”, diz outro trecho do documento.
Fabio e Chingler também são acusados da morte do investidor Wesley Pessano Santarém, em agosto, em São Pedro da Aldeia, também na Região dos Lagos. O rapaz, de 19 anos, foi executado em um Porsche avaliado em R$ 440 mil. Segundo a Polícia Civil, as investigações prosseguem para identificar se Glaidson também foi o mandante do assassinato de Pessano, que se apresentava nas redes sociais como investidor de criptomoedas.
O caso
Nilson Alves da Silva acabou sobrevivendo ao ataque que sofreu em 20 de março de 2021, por volta das 11h30 da manhã. Ele passava de carro pela Rua Maestro Braz Guimarães, no bairro Braga, em Cabo Frio, quando, ao parar em um sinal, a BMW X6 que ele ocupava, e que pode custar mais de R$ 600 mil, foi atingida por vários disparos vindos de um carro que emparelhou, ocupado por homens encapuzados.
Baleada no pescoço, a vítima foi socorrida para o Hospital Central de Emergência (HCE) e, depois, transferida para uma unidade particular, onde chegou a passar vários dias em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
A 126ª DP (Cabo Frio) concluiu que Glaidson foi o mentor intelectual do atentado contra Nilson, que também atua no ramo de investimentos com criptomoedas. Segundo a investigação, comandanda pelo delegado Carlos Eduardo Almeida, o ex-garçom encomendou a morte depois que a vítima “espalhou a notícia” de que ele seria preso pela Polícia Federal (PF), aconselhando clientes a retirarem valores aportados junto à GAS Consultoria, empresa de Glaidson.