O jornalista Glenn Greenwald criticou o presidente Jair Bolsonaro por ter insinuado, em entrevista coletiva neste sábado, que o editor do The Intercept Brasil poderia ser preso após a divulgação de mensagens do atual ministro da Justiça, Sergio Moro , e de procuradores da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. Ao comentar a portaria que permite a deportação sumária de estrangeiros considerados “perigosos”, Bolsonaro disse que a normativa nada tem a ver com o caso do jornalista, mas destacou que ele “talvez pegue uma cana aqui no Brasil”
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Pelo Twitter, o jornalista ressaltou que não há evidências de que tenha cometido qualquer crime e que Bolsonaro “não tem o poder” de mandar prender pessoas. Na última terça-feira, a Polícia Federal (PF) prendeu quatro suspeitos de invadir contas do aplicativo de mensagens Telegram de autoridades. Um dos presos, Walter Delgatti Neto, disse ter repassado o material de forma anônima e gratuita ao Intercept, que defendeu a publicação do conteúdo por ver nele assuntos de interesse público.
“Ao contrário dos desejos de Bolsonaro, ele não é (ainda) um ditador. Ele não tem o poder de ordenar pessoas presas. Ainda existem tribunais em funcionamento. Para prender alguém, tem que apresentar provas para um tribunal que eles cometeram um crime. Essa evidência não existe”, ressaltou Glenn no Twitter, neste sábado.
Nesta manhã, Bolsonaro afirmou a jornalistas que a portaria assinada por Moro não se aplica a Glenn “até porque ele é casado com outro homem e tem meninos adotados no Brasil”. Chamou-o ainda de “malandro” por ter se casado com “outro malandro”, nas palavras dele, “para evitar um problema desse”, em referência à deportação.
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