Uma pesquisa inédita feita pelo Pravaler, maior financiamento estudantil privado de educação do país, apontou que 53,37% dos estudantes de ensino superior sentiram queda no aprendizado com modelo remoto. O estudo traçou o perfil de comportamento dos universitários de instituições privadas do país durante a pandemia do novo coronavírus.
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O grupo lançou o estudo nesta terça-feira (28/7). Foram entrevistados 955 estudantes sobre ensino a distância (EAD), qualidade das aulas remotas, renovação de matrícula e o tempo de estudos na modalidade virtual. A pesquisa tem amostragem nacional, incluindo todos os estados e o Distrito Federal.
As respostas foram coletadas entre 9 e 16 de junho, em um questionário encaminhado via e-mail a alunos em todas as regiões do Brasil. A maioria dos estudantes que participaram da pesquisa tem entre 18 e 28 anos.
Segundo os resultados estatísticos obtidos, 72,16% dos alunos preferem um modelo totalmente presencial após o fim a pandemia e 22,48% optam por um sistema híbrido.
Conforme analisa Rafael Baddini, o sócio-diretor de estratégia de negócio do Pravaler, “a mudança abrupta para o modelo remoto provocou desconfiança nos alunos em relação à qualidade (plataforma, preparação dos professores), à disciplina e local adequado e ao contato social”.
Do total de entrevistados, 75,89% tiveram a primeira experiência com aulas on-line durante a pandemia. Apesar de a maioria preferir o modelo presencial, 72,82% pretendem renovar a matrícula neste segundo semestre do ano.
Para Baddini, os alunos estão otimistas com o futuro e querem continuar os estudos mesmo com as dificuldades encontradas ao lidar com o EAD.
“Cerca de 20% ainda não decidiram (sobre continuar os estudos) e 6% não pretendem renovar a matrícula no próximo semestre. Isso é um dado aproximado daquilo que já temos de evasão no ensino superior hoje. Então, não é muito diferente”, pontua.
Disciplina
Ainda segundo a pesquisa, com a flexibilidade de horários e de locais para estudar, alunos com aulas on-line estão dedicando menos tempo para a faculdade. Desde o início das atividades remotas, 43% dos entrevistados disseram empregaram entre duas horas e oito horas por semana aos livros.
“Na média, o ensino presencial tem 20 horas semanais. Agora, notamos que a dedicação ao estudo caiu pela metade do tempo”, assinala Baddini. “A disciplina dos alunos está menor. A confusão que ficou na vida de todo mundo, o local para o estudo, tudo isso influencia e faz com que haja essa queda nas horas semanais de cada aluno”, completa.
Os números
Cerca de 43% dos alunos apontam como aspecto negativo do EAD a ausência de contato com colegas e professores. O levantamento ainda questionou o que a universidade poderia fazer para aprimorar o ensino remoto. Do total de alunos:
- 28% pediram por melhorias didáticas, como maior capacitação de professores e mais disponibilidade de materiais para apoiar os estudos;
- 18% disseram querer mais infraestrutura, como uma melhor plataforma de ensino e disponibilidade computador e internet para alunos;
- 17% falaram sobre maior organização, como mais tempo para entrega de trabalhos e maneiras mais fáceis para aplicação de provas;
- 25% apontaram necessidade melhoria no quesito econômico, como desconto na mensalidade
Embora tenham notado muitos problemas no ensino a distância ,os alunos relataram pontos positivos, como mais tempo para a família e flexibilidade do local de estudo. Cerca de 56% deles se dizem otimistas com os estudos após o fim da pandemia de Covid-19.