Roberto Campos Neto: sem preocupações com a inflação (Adriano Machado/Reuters)
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São Paulo — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira que a instituição está “confortável” com a inflação com base nos cenários do banco, acrescentando que o choque da proteína do fim do ano passado vai se dissipar mais rápido depois de ter vindo também mais rápido.
Campos Neto lembrou ainda que o BC tem mantido coerência sobre os fatores analisados para definir os juros e lembrou o “gap”, ou defasagem, da política monetária.
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O presidente do BC falou ainda sobre a importância da agenda de reformas estruturais da economia para a política monetária. “Sempre mencionamos as reformas, mas não só a da Previdência, a tributária, a administrativa… também”, afirmou em evento promovido pela XP Investimentos.
Câmbio
O presidente do Banco Central também avaliou que o movimento atual do câmbio “desta vez é bem diferente” do visto no passado, em referência à desvalorização do real junto a uma queda no prêmio de risco.
Segundo ele, o que se via antes era uma depreciação do real acompanhada de aumento na percepção de risco-país, com queda também no mercado de ações.
Campos Neto comentou ainda sobre a aparente divergência entre a alta do Ibovespa, a aplicação por institucionais e a saída de estrangeiros do mercado local de ações. Ele explicou que isso é resultado de efeito migratório gerado pelo juro local mais baixo.
O juro baixo ajuda a impulsionar o mercado de ações. Com os preços mais altos, o investidor internacional começa a comparar o Brasil com outros mercados externos.
“Se continuarmos fazendo o dever de casa os estrangeiros vão voltar e me parece que não haverá reversão do fluxo institucional no sentido de saída”, afirmou o presidente do BC