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Acusado de matar dois manifestantes durante um protesto antirracista, Kyle Rittenhouse começou a ser julgado nesta segunda-feira, em Kenosha, no estado de Winsconsin, nos Estados Unidos. O julgamento está sendo considerado uma espécie de referendo sobre raça e sistema legal nos Estados Unidos.
O julgamento foi iniciado com a seleção do júri. Mas os debates acerca do caso começaram na semana passada, quando um juiz americano determinou que os dois manifestantes mortos não podem ser chamados de “vítimas” pelos promotores. O magistrado sugeriu que a promotoria utilize termos como “testemunhas reclamantes” ou “falecidos”.
A imprensa americana noticiou, porém, que a defesa de Rittenhouse pode se referir aos mortos como “incendiários”, “saqueadores” ou “desordeiros”. O réu pode pegar prisão perpétua se for condenado por homicídio em primeiro grau.
Rittenhouse é branco, tinha 17 anos na época dos homicídios e estava armado com um fuzil AR-15 na noite do crime, ocorrido na noite de 25 agosto do ano passado. Na ocasião, Rittenhouse se juntou a uma milícia armada em Kenosha. O grupo do acusado partiu para o confronto contra manifestantes do movimento Black Lives Matter.
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Os protestos antirracistas foram convocadas depois que um policial branco atirou pelas costas em um homem negro, Jacob Blake. O crime foi gravado em vídeo e amplamente compartilhado nas redes sociais.
Alguns meses antes, a morte de George Floyd, homem negro, por policiais brancos, já havia impulsionou uma série de manifestações antirracistas não apenas nos EUA, como também em vários outros países.
Rittenhouse é apontado como o autor dos disparos que atingiram três manifestantes. Dois deles morreram: Joseph Rosenbaum, de 27 anos, e Anthony Huber, de 26.
Advogado de Rittenhouse, Corey Chirafisi argumentou que seu cliente estava sendo “perseguido”, “atacado”, “chutado no rosto” e “espancado com um skate”. Para os promotores, contudo, o risco de segurança imprudente de Rittenhouse demonstra uma ação com “total desprezo pela vida humana”.