O chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, reiterou neste domingo, 6, que o presidente Donald Trump está disposto a ceder em alguns pontos para avançar nas negociações e por um fim à paralisação do governo, que já entra em sua terceira semana.
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Segundo Mulvaney, Trump poderia aceitar uma barreira feita de aço ao invés de um muro de concreto na fronteira entre os Estados Unidos e o México.
Em entrevista ao programa Meet the Press, transmitido nesta manhã pela emissora NBC, Mulvaney sinalizou que Trump poderia “retirar o muro de concreto da mesa de negociações” com os líderes democratas sobre a paralisação.
Ele acrescentou que os parlamentares estão debatendo sobre “se uma barreira de 6 metros de altura, 9 metros de altura de aço, de ripas de aço, seria um muro ou não”.
A construção de um muro ao longo da fronteira no sul do país está no centro de uma disputa sobre gastos que despertou a paralisação do governo dias antes do Natal.
Trump tem afirmado que a barreira, uma de suas principais promessas de campanha em 2016, é necessária para garantir a segurança nacional e impedir a imigração ilegal. Ele exige que sejam alocados 5,6 bilhões de dólares para a obra.
“Se ele tiver de desistir do muro de concreto, substituí-lo por uma barreira de aço para que os democratas possam dizer, ‘Viu? Ele não está mais querendo construir um muro’, e isso nos ajudar a seguir na direção correta, então faremos”, disse Mulvaney.
A presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, é contra a construção do muro, mas os democratas apoiam a liberação de mais dinheiro para aumentar a segurança na fronteira.
O pacote orçamentário aprovado pela Câmara dos EUA na quinta-feira (3) para Departamento de Segurança Nacional inclui reparos em barreiras ao longo do muro, junto com barreiras de amarração, diques e melhorias tecnológicas, mas não liberou dinheiro para um muro de concreto.
A paralisação do governo causada pela discordância sobre a distribuição do orçamento já está em seu 15º dia e afeta nove dos 15 departamentos de nível de gabinete e dezenas de agências, incluindo os departamentos de Segurança Nacional, Transporte, Interior, Agricultura, Estado e Justiça.
No sábado, as conversas entre representantes da Casa Branca e do Congresso terminaram sem um acordo para o fim da paralisação, enquanto continua o impasse entre Trump e os democratas sobre a construção ou não do muro. O grupo concordou em retomar as negociações na tarde de domingo.
Em comunicado na noite de sábado, 5, Pelosi disse que a Câmara aprovará no início da próxima semana orçamentos individuais para reabrir algumas agências do governo, começando pelo Departamento do Tesouro e da Receita Federal (IRS, na sigla em inglês) para garantir a restituição do imposto de renda aos contribuintes.
Esses pacotes devem seguir ainda para aprovação do Senado e precisam ser assinados pelo presidente, que tem indicado que manterá o “governo fechado” até que o Congresso aprove o orçamento para o muro. (Com Estadão Conteúdo)