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Na última semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu furar o teto de gastos para viabilizar o novo Auxílio Brasil , programa substituto do Bolsa Família. Mas, no passado, Guedes já criticou a ideia de furar o teto e a considerou “uma irresponsabilidade com as futuras gerações”.
“Você furar o teto para fazer política, para ganhar a eleição, para garantir isso daí, isso é irresponsável com as futuras gerações, isso é mergulhar o Brasil num passado triste de inflação alta”, disse o ministro em outubro de 2020, quando já se discutia formas de financiar o novo programa, inicialmente batizado de Renda Cidadã .
Na ocasião, o ministro da Economia também afirmou que “fazer só coisinha agradável para todo mundo para ganhar a eleição é muito bonito, e depois joga o povo no inferno”.
A regra do teto de gastos limita o crescimento de despesas da União à inflação do ano anterior. Proposta pelo ex-presidente Michel Temer, ela está em vigor desde 2017 e deverá valer por 20 anos.
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Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que o benefício do Auxílio Brasil será de R$ 400 até o fim de 2022. Guedes, então, admitiu que parte desse valor deverá ser pago fora do teto. A declaração gerou repercussões negativas dentro e fora do governo e foi considerada uma manobra eleitoral.
Há pouco mais de um ano, porém, Guedes disse que uma coisa era furar o teto com o objetivo de salvar vidas durante a pandemia de Covid-19 e acrescentou que, se o Brasil passasse por uma segunda onda, “aí sim seria o caso de furar o teto”.
De fato, o país passou por essa segunda onda da pandemia, e o governo teve que retomar em abril o pagamento do auxílio emergencial, que havia terminado em dezembro. O avanço da vacinação, no entanto, tem possibilitado a retomada econômica.
Na sexta (22), Paulo Guedes disse detestar furar o teto de gastos, mas que não quer tirar nota 10 no quesito fiscal e “deixar os mais pobres passando fome”. “Se está muito feliz que está furando o teto? Não. Eu detesto furar o teto. Eu não gosto furar o teto, mas não estamos aí só para tirar 10 no fiscal”, afirmou.