Paraíso – O gerente de uma fazenda de Paraíso foi indiciado pela Polícia Civil suspeito de aplicar um golpe contra o seu patrão enquanto este estava internado e após a sua morte. O suspeito tem 40 anos e foi identificado pelas iniciais C.A.A.L.
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As investigações da Delegacia Especializada no Combate aos Crimes Rurais e Abigeato (Deleagro) começaram em fevereiro, quando a viúva do fazendeiro, que mora em São Paulo, veio ao Tocantins para ver a situação da fazenda em razão de um inventário que estava fazendo.
A mulher percebeu que o patrimônio da fazenda estava muito inferior ao que deveria, considerando os investimentos feitos, então registrou um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil.
O proprietário da fazenda ficou internado em um hospital de São Paulo entre outubro e dezembro de 2022, e de fevereiro a maio de 2023. Segundo as investigações, durante esse período, o gerente se aproveitou da situação para vender o gado do patrão e ficar com o lucro.
“Para isso, valia-se de uma procuração que lhe dava poderes de desembaraço burocrático junto a órgãos estaduais e, com isso, ludibriava os compradores, dando ar de legalidade à venda”, informou o delegado Gustavo Henrique Andrade, titular da Deleagro.
Através da análise de documentos da Receita Estadual e das Guias de Transporte de Animais (GTA) obtidas na Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), ficou constatado que C.A.A.L. vendeu 63 bovinos da fazenda, ficando com o dinheiro.
Ainda foi apontado que, mesmo após a morte do dono da fazenda em maio de 2023, o gerente continuou aplicando golpes, alugando o pasto da propriedade como se fosse o proprietário, sem a autorização dos herdeiros.
Até a balança de gado da fazenda, ele tentou vender por R$60 mil, mas a negociação não deu certo. Quando a investigação foi concluída, foi revelado que C.A.A.L. obteve indevidamente R$ 156.777,60.
“A conclusão dessa investigação e o indiciamento do investigado traz alento aos familiares do proprietário já falecido, sobretudo pela alta reprovabilidade na conduta do gerente, pessoa até então de confiança, que se aproveitou do estado de vulnerabilidade em que seu patrão se encontrava para obter vantagem indevida”, concluiu o delegado.
O caso foi enviado ao Poder Judiciário, com vistas ao Ministério Público, para as providências legais.