Sabe aquela sua amiga que diz: “Eu não me importo com o que as pessoas pensam sobre mim, eu sei quem eu sou!”? Então, normalmente pessoas que sustentam discursos assim são as que mais precisam da aprovação alheia e sofrem bastante com sentimento de rejeição. Só o fato de alguém precisar verbalizar que é uma pessoa bem resolvida, madura e que aprendeu a amar a si mesmo já é um grande sinal de uma pessoa extremamente insegura. Apesar do que dizem as publicações daquele influencer que você segue, aquela Tiktoker que parece uma bonequinha, de tão linda e perfeita, ainda não foi descoberto no mundo uma única pessoa tão boa quanto tenta aparentar, como dizia a vovó: perfeito é só Deus!
Entretanto, a cisma que muita gente tem de tentar parecer o mais bacana e legal possível, pode ser o mais novo motivo de muitos precisarem iniciar os tratamentos com psicotrópicos. O mundo das redes sociais eleva as expectativas ao máximo, mostrando realidades irreais de pessoas e hábitos saudáveis, mas segundo a organização mundial de saúde, o número de pessoas que possui má alimentação e que adoece em decorrência desta e outros maus hábitos, não tem diminuído, apesar dos stories em academias, trilhas ao ar livre e pedaladas no morro do limpão, é preciso rever o tal vaper na mochila, o hambúrguer (vulgo podrão) na esquina e os litros de cerveja e coca-cola.
Nossa sociedade aprendeu que “parecer é mais fácil que ser”, então ninguém vai postar algo deprimente, a não ser que isso vá gerar algum engajamento, pois a regra é sempre postar o lado bom de nossa vida, que estamos vivendo nossos melhores anos, que aquele término nem me fez tão mal assim, que eu não estou com ninguém porque estou tirando um tempo para me amar primeiro. Todavia, já reparou naqueles stories de frases extremamentes cafonas como: “Bom mesmo é quando Deus mostra quem aquela pessoa realmente é”, pois é, hoje em dia se você quiser conhecer as mágoas e frustrações das pessoas, os stories se tornaram verdadeiros divãs de psicanálise, as pessoas se expõem com um sentimento de ter saído por cima, quando na verdade parecem só patéticas mesmo. Mas, calma: tem solução, como veremos!
A solução para essas questões pode estar no desenvolvimento de uma abordagem mais autêntica e equilibrada em relação às redes sociais e à vida em geral. Isso envolve reconhecer e aceitar nossas imperfeições, buscar validação interna e construir relacionamentos significativos que não dependam apenas da aprovação digital. Além disso, é essencial promover um uso consciente das redes sociais, onde a comparação constante e a busca pela perfeição são substituídas por conexões genuínas e saudáveis.
Sabe aquelas frases de efeito sobre não expor demais seus sentimentos, principalmente em locais não propícios para isso? Então, dos vários conselhos que encontramos em páginas genéricas de coach e autodesenvolvimento, talvez esta seja uma daqueles poucos que realmente faz algum sentido. Se você estiver sofrendo por causa de alguma frustração, o melhor local para se abrir é na terapia, caso seja uma ofensa causada por uma pessoa e você não tenha ainda a coragem de dizer àquela pessoa como se sente, espere criar coragem e diga, não vá postar stories sobre isso.
Esse caminho de autoconhecimento e aceitação pode ser desafiador, mas é crucial para o bem-estar mental e emocional em um mundo tão conectado digitalmente. Se você não é uma pessoa tão boa quanto gostaria, saiba que não está sozinho nisso, mas procure não piorar ainda mais fingindo ser. Apenas aqueles que possuem inteligência emocional para assumir que não são, poderão um dia se tornar.