O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) realizou uma visita ao Hospital Geral de Palmas (HGP) neste sábado (20), em meio a sérios problemas enfrentados na área da saúde pela gestão da capital. Durante a visita, o governador percorreu as alas de internação, conversou com pacientes e servidores e destacou a superlotação da unidade.
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O HGP, maior hospital público do estado, já enfrentava dificuldades antes da aparição destes problemas recentes, com 42 pacientes falecendo enquanto aguardavam vagas na unidade ao longo de um ano. A atual ‘crise na saúde’ teve início após a morte de uma mulher de 41 anos, com suspeita de dengue hemorrágica, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul.
A paciente tentou três vezes uma transferência para o HGP, mas não obteve sucesso. Diante desse cenário, o governo anunciou a criação de uma comissão técnica para atuar nas UPAs da capital.
O governador, acompanhado do secretário estadual de saúde Afonso Piva, do promotor Thiago Ribeiro e da senadora Dorinha (União), constatou a falta de capacidade da unidade para atender à demanda enviada pelo município, mesmo com as melhorias recentes, como o aumento de leitos. e falou também sobre a decisão judicial que determinou a transferência de pacientes das UPAs ao HGP em até 24h.
Wanderlei Barbosa ressaltou a necessidade de diálogo entre o estado e o município de Palmas, destacando a falta de um hospital municipal ou maternidade na cidade. O governador propôs um encontro com a prefeita para discutir a situação e enfatizou que seu objetivo é tratar da saúde da população que está sofrendo nos corredores, em vez de se concentrar em festividades e aniversários da cidade.
O governador e o secretário de saúde também apontaram a falta de especialistas, como ortopedistas, nas UPAs e afirmaram que cobrarão do município o cumprimento dessa exigência presente no estatuto das UPAs:
“Eu não quero jogar o problema para ninguém, eu tenho a minha responsabilidade, eu vou arcar com ela, mas eu quero essa parceria. Da mesma forma que nós tratamos com todo cuidado os pacientes no interior do estado, onde municípios pequenos têm hospitais, onde municípios pequenos propuseram para o estado uma parceria para fazer cirurgias eletivas, para fazer atendimentos, e nós estamos aportando recursos, nós queremos que a capital dê essa condição”, ressaltou.
Em seguida, Wanderlei Barbosa diz estar atendo aos problemas e tenta tranquilizar a situação: “Nós não vamos negar atenção e atendimento a ninguém. Não vamos. Mas nós precisamos dessa parceria. Porque o sistema é único, vem recurso para a prefeitura, para a saúde e vem recurso para o estado. Vamos fazer todos a nossa parte que nós vamos sair dessa crise e as pessoas vão ficar muito mais bem atendidas e se felizes”, disse
Dedo na ferida
O Governador fez críticas ao modo com que a Prefeitura de Palmas vem agindo em relação aos encaminhamentos ao HGP:
“A gente vê pessoas que às vezes não precisavam vir para cá. Isso sobrecarrega o hospital, a gente vê as pessoas nos corredores. Mas estamos prontos até se tiver que acabar a regulação, nós vamos acabar. Agora, as pessoas vão saber que vai ficar muita gente no corredor. Vimos pessoas raladas e com uma pequena no pé, que tudo tem que ser no hospital de alta e média complexidade”, afirmou.
Em um tom mais enérgico Wanderlei chegou a dizer: “Alugue um prédio, nós vamos ser parceiros e pagar o aluguel e ajudar nas cirurgias que for possível, nós precisamos é resolver um problema que vem afetando nosso povo.” O chefe de Estado desabafou também:
“Eu não quero tratar de aniversário de cidade, eu não quero tratar de festividade, quero tratar de saúde, das pessoas que estão nos corredores sofrendo e às vezes fica um jogando o problema para o outro”, finalizou Wanderlei.
Decisão judicial
Quanto à decisão judicial que determina a transferência dos pacientes internados nas UPAs de Palmas para o HGP em até 24 horas, Wanderlei Barbosa garantiu que cumprirá a determinação, mas alertou que, devido à falta de estrutura suficiente, o atendimento poderá ser realizado nos corredores do hospital.
A Prefeitura de Palmas, questionada sobre as declarações do governador durante a visita, informou que está aberta ao diálogo e já solicitou uma reunião com o governador.
A crise na saúde em Palmas evidencia a urgência de uma solução para melhorar o atendimento e a estrutura hospitalar na capital, buscando garantir um serviço de qualidade e suprir as necessidades da população em meio aos desafios enfrentados.