De janeiro até o último dia 15 de julho a Polícia Rodoviária Federal registrou 179 flagrantes de motoristas embriagados nas rodovias federais que cortam o estado. Entre estes casos, 54 pessoas foram presas. Nesta sexta-feira (19) se completam 12 anos da criação da Lei Seca. Para especialistas, a lei tem cumprido seu papel, mas ainda é preciso avançar para tornar o trânsito mais seguro.
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Os números da PRF apontam que apenas durante a pandemia, entre 11 de março e 31 de junho, foram contabilizados 11.268 acidentes em todo país, sendo 969 deles (8,6%) provocados pela ingestão de álcool. A embriaguez foi responsável por 7% do total de óbitos, que chegou a 958.
Há 12 anos a Magdalia renasceu após sofrer um grave acidente de carro. “Aconteceu na estrada de Taquaruçu. Eu peguei carona com um colega meu e depois que eu estava com ele que percebi que estava embriagado. Aí ele capotou o carro, eu saí para fora do carro e não vi mais quase nada”, relembrou a copeira.
No corpo ficaram as marcas do acidente, mas a maior cicatriz que ela guarda desde 2008 e emocional. “Trauma, medo. Hoje eu tenho medo até do carro parado. Muito medo. Se eu soubesse que ele tinha tomado eu não tinha entrado naquele carro. É uma coisa que eu vou levar até o resto da minha vida”, disse.
Quando foi implantada em 19 de junho de 2008 a Lei Seca foi considerada revolucionária, pois alterou o Código de Trânsito Brasileiro para penalizar o condutor de veículo alcoolizado. São 12 anos de existência e a lei passou por muitas alterações se tornando cada vez mais rígida, mas na prática pouca coisa mudou.
De acordo com a supervisora da operação Balada Segura, realizada pela Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana de Palmas, os números de flagrantes aumentaram durante o período da pandemia justamente pela impossibilidade dos trabalhos dos agentes nas ruas.
“Conforme a intensidade das operações, os motoristas acabam vendo o rigor da lei e acabam tendo um pouco de medo e consciência. Em razão dos riscos aos agentes a gente acabou fazendo somente as denúncias e os flagrantes”, disse Glauce de Souza.
Especialista em trânsito, o advogado Robson Tibúrcio explica que a lei tem cumprido seu papel e trouxe muitos ganhos, mesmo que muitos condutores não tenham consciência.
“A importância dessa lei é reduzir as vagas de leitos de UTI que são ocupados, principalmente nas áreas ortopédicas, bem como prejuízos para a própria sociedade, pois a maioria das vítimas é de indivíduos jovens do sexo masculino”, comentou.
Para quem sofreu as consequências de um acidente por conta de embriaguez, os 12 anos da lei seca é motivo de comemoração. “A lei tem que continuar mais rígida, cada vez mais rígida porque quem bebe não pode pegar no volante”, comentou Magdalia Lopes.
Fonte: G1 Tocantins.