Justiça Federal prorrogou a prisão temporária de Luciano de Carvalho Rocha, primo do ex-governador Marcelo Miranda, por mais três dias. Segundo a decisão, o pedido foi feito pela Polícia Federal após ele ter criado obstáculos à apuração dos fatos investigados na Operação Urutau, deflagrada na última terça-feira (1°). Nesta investigação são apurados prejuízos de R$ 50 milhões aos cofres públicos.
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A operação busca apurar desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, supostamente ocorridos durante os mandatos de Marcelo Miranda no governo do estado. Os investigados teriam agido como laranjas e testas de ferro do ex-governador para esconder capitais.
Na última segunda-feira (1°) também foram presos Guilherme Costa de Oliveira, suposto preposto de Marcelo Miranda, e Kamile Oliveira Salles, mulher de Luciano Carvalho. Só que eles contribuíram com as investigações e foram liberados em audiência de custódia.
Conforme o pedido da Polícia Federal, a prisão do primo do governador deve ser mantida enquanto “se conclui a extração dos dados das mídias apreendidas em poder de Luciano e Kamile, e se aprofundam as diligências decorrentes do depoimento de Guilherme Costa de Oliveira, que teria confirmado parte importante das informações que lhe foram apresentadas, salientando que Luciano e Kamile, de fato, controlavam a empresa Construarte, operando para o ex-governador Marcelo Miranda, na prática de atos supostamente delitivos”, diz trecho da decisão.
Luciano de Carvalho chegou a pedir para ser transferido para o quartel da Polícia Militar ou para cela especial, pois estaria sofrendo ameaças por ser parente do ex-governador. O pedido foi parcialmente aceito pelo juiz, que determinou a transferência para uma cela especial se o investigado comprovar ter curso superior.
Investigação sobre laranjas
A Operação Urutau, conforme a Polícia Federal, busca aprofundar as investigações da operação Reis do Gado, em relação a um eixo da organização suspeito de desviar dinheiro de contratos públicos por meio de ‘laranjas’ e ‘testas de ferro’. Esses desvios supostamente eram feitos por meio das construtoras WTE Engenharia e Construarte, ligadas à família Miranda e beneficiadas com contratos milionários durante o governo de Marcelo Miranda.