Na aldeia Krahô, em Lagoa da Confusão, indígenas estão vivendo ilhados há dois meses. As enchentes encurralaram eles que passam por dificuldades.
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Sem poder deixar as criações e por medo da transmissão da Covid-19 nos centros urbanos, as famílias se viram como podem dentro das comunidades.
Renato Pypcrê Krahô diz que os indígenas precisam de abrigos seguros dentro das aldeias e que a tribo está sem condições de se sustentar.
“Como é que a gente vai para a cidade? Como a gente vai sobreviver se a gente não tem como caçar nada para se alimentar? A gente sai e não tem como levar as coisas da gente. A gente tem muita criação, e pra onde vão esses animais?” , disse o indígena.
Alguns indígenas precisaram abandonar as casas por causa da cheia de rios. Darley Hyjnõ Krahô teme ter que mudar pela segunda vez.
“A situação na minha casa é bem complicada. Eu nem estou mais nessa casa porque a água já tomou, não tem como ficar. Eu saí e fui para outra casa, que também a água está chegando. Do jeito que está vai ser a mesma situação. Vou ter que sair também”, disse Darley.
O problema é antigo. Em 2018, também por causa das cheias, a comunidade foi levada para um ginásio no centro da cidade. Desta vez um grupo de lideranças que representa as famílias esteve em Palmas para pedir uma solução ao Ministério Público Federal.
O procurador da República, Álvaro Manzano, diz que medidas estão sendo tomadas. “Nós entramos em contato com a Funai e com a Defesa Civil no sentido de possibilitar algum abrigo provisório para esta comunidade ali mesmo próximo do local onde eles estão. Conversamos com a Defesa Civil e com representantes do município de Lagoa da Confusão que se prontificaram a providenciar lonas e ferramentas para criar esse abrigo provisório”.
Segundo o procurador, também devem ser providenciadas cestas básicas e água potável para os indígenas enquanto perdurar a situação de cheia dos rios.