Uma área no interior da Ilha do Bananal pode ser interditada após um brigadistas avistar indígenas vivendo isolados na região. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF) em recomendação emitida para a Fundação Nacional do Índio (Funai) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
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A Ilha do Bananal é considerada a maior ilha fluvial do mundo, com cerca de 20 mil quilômetros quadrados de área protegida. Os indígenas foram avistados no dia 9 de outubro por um brigadista do PrevFogo que atuava na região para conter um grande incêndio florestal.
Conforme o MPF, uma equipe estava se deslocando em um helicóptero para procurar focos de incêndio na ilha quando avistaram oito indígenas de uma etnia não identificada, sendo seis adultos e duas crianças.
O homem que avistou as pessoas, na região conhecida como Mata do Mamão, cresceu em meio a indígenas da Ilha do Bananal e é falante da língua Iny, falada pelo povo Karajá e Javaé.
Ele declarou aos responsáveis pelo combate às chamas que as pessoas avistadas são completamente diferentes dos povos Javaé e dos Karajá. De acordo com uma antropóloga ouvida pelo MPF, os indígenas avistados provavelmente são do povo Avá-Canoeiro, também conhecido como “Cara Preta”.
A recomendação do MPF pede que sejam tomadas providências para proteção e isolamento dessa população, adotando-se medidas para evitar a entrada de pessoas estranhas ao local.
O povo Avá-Canoeiro tem poucos membros registrados pela Funai. Alguns grupos ainda vivem isolados na região do Parque do Araguaia e têm sido avistados nos últimos anos. Em 2018, uma decisão da Justiça Federal determinou a demarcação da terra onde vive o grupo com 28 membros.