No Tocantins, os meses de novembro, dezembro e janeiro chegam acompanhados por muitas chuvas e pelo já característico aumento do índice de doenças respiratórias, que atingem principalmente as crianças. Por isso, os médicos alertam para os cuidados com as pequenos, especialmente os menores de seis meses de idade, mais frágeis às doenças por não terem seu sistema imunológico ainda formado. O tempo chuvoso traz a sazonalidade de certos tipos de vírus, como o da gripe, mais comum nessa época do ano. Além disso, por conta do clima mais fresco, a tendência é as pessoas permanecerem em ambientes fechados, o que facilita a transmissão de vírus.
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Segundo a médica Neide Brito, que acumula experiência de 32 anos como pediatra e neonatologista, e atualmente atende recém nascidos na UTI Neonatal Intensicare do Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, situações envolvendo problemas de saúde nos dois primeiros anos de vida da criança são comuns, porque somente a partir dos cinco anos é que realmente adquire-se mais imunidade. Entre as crianças, a maior parte das hospitalizações ocorre até os 5 anos, como demonstraram vários levantamentos. Tudo porque o organismo dos pequenos ainda não sabe se defender totalmente, tornando as crianças alvos mais fáceis.
“Então, nessa época de período de chuvas no Tocantins nós vemos comumente os quadros de saúde dominados por infecções respiratórias. Neste caso, os bebês com menos de seis meses de vida requerem uma atenção especial de suas famílias, já que são mais propensos a terem seus pulmões afetados por problemas nas vias aéreas. Os bebês prematuros, especialmente no primeiro ano de vida, sofrem muito com problemas respiratórios, pois eles tem os pulmões imaturos e comumente são acometidos por pneumonias”, afirma a médica.
A neonatologista orienta que os pais devem evitar levar as crianças a lugares onde existam aglomerados de pessoas, como shoppings cheios, onde uma virose ou resfriado são facilmente. “As orientações são que a criança seja alimentada pelo leite materno, pelo menos até os seis meses; os pais e cuidadores devem proporcionar à criança em um ambiente limpo, confortável, arejado, sem fatores de estresse e sem acúmulo de pessoas. Não podemos esquecer também de hidratar nossas crianças, pois até um aninho de idade elas não sabem como pedir água direito e desidratam muito facilmente”, revela Neide Brito.
Dois anos após o nascimento prematuro
A servidora pública de Palmas, Fernanda Barros, 35 anos, conta que há dois anos deu à luz sua filha Helena, que nasceu prematura, no Hospital Dona Regina, na 36ª semana de gestação, pesando menos de dois quilos. A mãe revela que a prematuridade de seu bebê a fez sentir um medo constante sobre a saúde da filha em muitos momentos.
“Helena nasceu em setembro e logo em seguida vieram os meses de chuvas. Ela era muito pequena, frágil e eu temia qualquer gripe. Com o tempo fui aprendendo a lidar com isso, me adaptei, comprei um aparelho de inalação, busquei a orientação de bons pediatras. Aos 8 meses de vida ela foi para a creche, onde as crianças gripam mesmo, não tem jeito, e hoje ela está com dois anos e eu percebo que a imunidade dela vai melhorando cada vez mais, ela se alimenta bem, dorme bem, é uma criança forte e está crescendo muito”, comemora a servidora.
Buscar ajuda médica aos primeiros sinais
Pneumonias, bronquites, bronquiolites, asma, gripes e viroses são quadros que podem ser prevenidos. Neide Brito alerta que é preciso estar atento aos sinais de urgência. “Se o bebê ficar gripadinho e de repente começa a parecer mais cansado, se a mãe percebe um chiado em sua respiração, isso pode significar uma secreção se formando nos pulmões ou brônquios. Se a gripe dura mais de uma semana, se aquela coriza começa a ficar mais grossa e esverdeada, se a criança tosse e vomita nas horas das refeições, febre de 38, 39 graus, esses são sinais de que é preciso procurar a ajuda de um médico. O ideal é que a mãezinha procure o pediatra de sua confiança, mas caso seja um momento de emergência, como no meio da noite ou final de semana, é preciso buscar o pronto socorro o mais rápido possível, pois as gripes sérias podem virar pneumonias muito rápido”, explica a neonatologista.