Palmas
Cinthia Ribeiro fala sobre morte na UPA Sul e pede à PGM ação judicial contra o Estado; “Que conveniência é essa de dizer que a lotação é “culpa” de Palmas?”
Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, foi vítima de dengue hemorrágica e morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região sul da Capital enquanto aguardava a transferência ao Hospital Geral de Palmas na última segunda-feira (8). Nesta quinta-feira (11), através das redes sociais, a Prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), se pronunciou e apontou fatores ‘políticos’ a respeito da situação.
Após procurar a UPA Sul por duas vezes com fortes dores no estômago e febre alta, Aurilene não resistiu e morreu aguardando a transferência ao HGP. O pedido de transferência segundo o órgão municipal teve a resposta do HGP informando não haver leitos de UTI para o atendimento de Aurilene.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), foi iniciado o processo de regulação para transferir a paciente, mas o Hospital foi informado do seu falecimento antes que pudesse ser encaminhada.
Prefeita Cinthia
Cinthia Ribeiro utilizou o Twitter para lamentar a morte da mulher e se pronunciar a respeito da demora da regulação de pacientes da rede municipal para dar entrada ao Hospital Geral de Palmas (HGP).
Falando no atendimento público, Cinthia tratou o caso como “inadmissível”, reafirmando a Capital como “portas abertas do SUS”:
Quantas pessoas precisarão morrer? Somos “porta aberta” do SUS e recebemos pessoas de todos os lugares do TO e estados vizinhos. Não negamos atendimento e socorro à ninguém. Hoje estamos com 36 pacientes nos leitos das UPAs aguardando há 5, 7, 10 dias por regulação do Estado”,
concluiu a Prefeita.
Politização da saúde
As publicações de Cinthia também afirmam que o fato da SES-TO informar que o processo de remanejamento foi feito normalmente, se trata de uma tentativa do Estado de colocar a ‘culpa’ da siutuação na Prefeitura de Palmas:
“A Secretaria Estadual de Saúde regula para hospitais e clínicas particulares, preservando o HGP. Que conveniência é essa de dizer que a lotação é ‘culpa’ de Palmas? As pessoas não escolhem adoecer ou sofrer um acidente e irem para a UPA. Estão politizando a saúde pública? Absurdo!”, apontou a Prefeita
O Ministério Público do Tocantins foi acionado a respeito da situação e de acordo com Cinthia, foi promovida uma ação judicial contra à SES, no intuito de que uma providência seja tomada para que os pacientes que aguardam a transferência para o HGP não sofram com a demora: “Uma mulher morreu exatamente por este motivo. É inadmissível !!!” concluiu.
Órgãos jurídicos
O Ministério Público do Tocantins e a Defensoria do Estado estão acompanhando o caso. O MP informou ao jornal G1 Tocantins, que está conduzindo uma Ação Civil Pública para exigir medidas que evitem a demora na transferência de pacientes para hospitais de referência.
A Defensoria Pública está atuando tanto extrajudicialmente quanto judicialmente para resolver questões relacionadas à regulação de pacientes que precisam ser internados no HGP. Os processos estão atualmente em fase de cumprimento de decisão.
Confira na íntegra, as notas dos órgãos emitidas à imprensa:
SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) esclarece que, após receber a solicitação de transferência da paciente Aurilene Lima da Silva, 41 anos, da UPA Sul, em Taquaralto, iniciou imediatamente o processo de regulação para remanejamento. No entanto, em poucas horas e antes que a paciente pudesse ser encaminhada, a SES-TO foi comunicada do falecimento da paciente. A SES-TO lamenta profundamente o falecimento da paciente e gostaria de expressar solidariedade aos familiares e amigos enlutados.
Semus
A Secretaria Municipal da Saúde (Semus) informa que a paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul no domingo, 7, às 18 horas, onde a usuária passou pela triagem e recebeu suporte multiprofissional.
A paciente ainda precisou ser intubada e ressalta que, com a evolução e gravidade do caso, foi solicitado às 22 horas do mesmo dia a regulação da usuária para o Hospital Geral de Palmas, onde foi repassado para a rede estadual toda a urgência para transferência. No entanto, não havia leitos disponíveis. A Semus destaca que a regulação de tais leitos é de competência da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO).
A Semus informa que os profissionais das UPAs têm plena capacidade de realizar a intubação de um paciente, caso seja necessário para garantir a sobrevivência do mesmo. Não houve intercorrências com a paciente em decorrência da intubação. No entanto, a Semus informa que ela já encontrava-se grave.
Sobre o questionamento a respeito do ultrassom, a Semus informa que as UPAs realizam exames laboratoriais básicos, exames clínicos e raio-x, como é preconizado.
Ministério Público
O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da 27ª Promotoria de Justiça, informa que está tramitando uma Ação Civil Pública (ACP) que requer que o Estado adote medidas para evitar a morosidade na transferência de pacientes para leitos em hospitais de referência. Além de garantir maior agilidade no atendimento, a ação visa diminuir as filas de espera.
Paralelo à ACP, o MPTO tem realizado audiências administrativas para cobrar do Estado do Tocantins e do Município de Palmas providências para assegurar o atendimento dos pacientes que precisam ser transferidos das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da capital para o Hospital Geral de Palmas (HGP).
A audiência administrativa mais recente aconteceu no último dia 3, ocasião em que a 27 Promotoria de Justiça solicitou informações acerca da regulação de leitos no Estado e as ações que estão sendo desenvolvidas para sanar as irregularidades.
DPE
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) informa que vem atuando, tanto de forma extrajudiciais quanto na esfera judicial, sobre a regulação de pacientes da Capital que precisam ser internados no Hospital Geral de Palmas (HGP). Na Justiça, atualmente os processos estão na fase de cumprimento de decisão. A orientação da Instituição é que as pessoa com perfil de assistido que estejam tendo dificuldades para conseguir transferências das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Palmas para o HPG procurem a Defensoria Pública.
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