Vereadores aprovam aumento do próprio salário e do salário do prefeito em Formoso do Araguaia

Os vereadores, prefeito, vice e secretários de Formoso do Araguaia, sul do Tocantins, podem ter aumento de salário a partir de 2021. A Câmara Municipal aprovou projeto de lei que altera a remuneração dos integrantes do Executivo e Legislativo. A proposta foi encaminhada para o prefeito da cidade, que tem 15 dias para sancionar ou vetar.

Dos 11 vereadores, apenas um foi contra a aprovação da medida. A previsão é que as mudanças comecem a valer a partir do próximo mandato. O vereador, que ganha atualmente R$ 4 mil, passará a receber R$ 6 mil. O prefeito, que tem o salário de R$ 9,8 mil, vai ganhar R$ 13,5 mil.

O vice, que atualmente recebe R$ 4 mil, passa para R$ 6,7 mil. E o salário dos secretários municipais passará de R$ 3,9 mil para R$ 5 mil.”O projeto entra em vigor a partir de 2021. Não é para essa gestão, mesmo assim ele [o prefeito] tem que analisar agora para ver a viabilidade financeira para pagamentos futuros”, explicou o chefe de gabinete do prefeito Delmar de Souza.

A aprovação dos aumentos salariais do Executivo e Legislativo deixou os moradores de Formoso revoltados. “Está precisando de ação, arrumar emprego para o povo, ir atrás de empresa. Isso aqui eu não vejo em Formoso”, disse indignado o mototaxista José Pereira.

“Pela situação que a cidade atravessa, a gente acha que é imoral porque se eles estivessem fazendo o dever de casa certinho, tivesse tudo arrumadinho, com certeza, a população iria aprovar”, argumenta o comerciante Rosimar Rabello.

A comunidade acredita que a cidade tem outras prioridades, como o investimento no setor de educação. Um vídeo gravado por um morador mostra vários ônibus do transporte escolar de Formoso quebrados em um pátio da prefeitura. “Olha a situação, aí aumenta salário, dobra salário de vereador, dobra de prefeito para não fazer nada”, disse o homem ao gravar o vídeo.

“Tem muitas vezes que os alunos da zona rural não vão para a escola porque a van quebra por causa dos buracos”, argumentou a produtora rural Marly Ribeiro.