Etinho Nordeste tem raízes sergipanas, em que pese ter nascido no Estado de São Paulo. Seus pais migraram para o nordeste quando ele ainda tinha tenra idade. Por lá cresceu e, por consequência, adquiriu o sotaque arrastado dos nordestinos. Após a criação do Estado do Tocantins, migrou para o mais novo ente federado se estabelecendo na capital provisória, Miracema, e depois em Palmas. Tornou-se empreendedor no fornecimento e comércio de carnes, criando uma marca conhecida na região até os dias atuais.
- Publicidades -
Edson Mota de Oliveira – Etinho Nordeste – é vereador em Palmas desde 2013, após obter, pelo PPS, 1.698 votos nas eleições municipais de 2012. Já no ano de 2016, foi reeleito com 1.977 votos, já filiado ao PTB. Em abril de 2018, migrou para o DEM, sigla pela qual pretende disputar a reeleição em 2018.
Tendo o exercido o cargo de presidente da Fundação Municipal de Esportes de setembro de 2019 a março de 2020, o parlamentar conta nesta entrevista, seu envolvimento com a vida pública, avanços como gestor da Fundação e realizações da sua atuação parlamentar.
O sr. se licenciou do cargo de vereador de Palmas, por seis meses, para assumir a presidência da Fundesportes – Fundação Municipal de Esportes. Entretanto, em razão dos prazos previstos na lei eleitoral, o sr. se desencompatibilizou do cargo e voltou ao parlamento no início de abril. O que conta dessa experiência e quais foram os avanços da sua gestão?
Foi um bom desafio. Confesso que foi um aprendizado ímpar. Num primeiro momento, quando fui convidado pela prefeita Cinthia Ribeiro para assumir o esporte na capital, fiquei receoso em assumir o encargo. O orçamento era minguado e havia poucas possibilidades de deixar um grande legado. Relutei, naturalmente.
Contudo, obtive a garantia da chefe do poder executivo que as outras secretarias – como a de Finanças e de Governo – atuariam em parceria com Fundesportes. Com isso, aliado a uma injeção de ânimo, conseguimos avançar. Todos os servidores se esforçaram e “vestiram a camisa”. Planejamos ações, reativamos o andamento de processos que estavam paralisados, lutamos por convênios quase perdidos e, com boa vontade do grupo de funcionários, houve várias experiências exitosas. Claro que não conseguimos fazer tudo – porque seis meses é um período muito curto – mas com toda certeza, houve avanços significativos.
Incentivamos as atividades de bicicross, construindo pistas na praia da graciosa e, também, reformando aquela do complexo em torno do ginásio Ayrton Senna. Revitalizamos o estádio Nilton Santos – que está sob a administração municipal – melhorando o gramado, vestiários e cabines de imprensa, deixando-o pronto para as disputas futebolísticas de 2020, entre as quais, Copa do Brasil, Campeonato Tocantinense e Brasileiro da Série D. Obtivemos todos os laudos de vistoria, como da vigilância sanitária, do Corpo de Bombeiros e do CREA-TO.
Temos condições, inclusive, de captar recursos em Brasília – e o senador Eduardo Gomes já ofereceu suporte – para finalizar as obras do estádio da capital, como também, revitalizar o complexo esportivo que engloba todo o Ginásio Ayrton Senna. Na condição de vereador de Palmas, estou pronto para ir à capital federal e articular a obtenção desses recursos, para incentivar a prática do esporte em nosso município.
E no que concerne a outros esportes?
Além disso, vários outros centros esportivos como aquele da ARNE 51, o campo de futebol do Jd. Aureny I, entre outros, receberam reformas e melhorias. Construímos um campo de futebol na região de chácaras denominada São Silvestre e, ainda, com a ajuda da comunidade, uma pista de areia para corridas de cavalo e um campo de futebol, no assentamento São João II. Também consegui adquirir uma van para transporte de atletas e isso gerou, sem dúvidas, credibilidade com a classe esportiva.
Deixei engatilhado – antes de voltar ao parlamento – os convênios, emendas parlamentares e processos licitatórios para a reforma das quadras poliesportivas da 806 SUL, 1206 SUL, Jd. Aureny III e no Setor Sul em Taquaralto.
Por fim, foi uma atividade constante da minha gestão à frente da Fundesportes, o incentivo a algumas práticas, como passeios ciclísticos, tênis e beach tênis, handebol, peteca, canoagem, etc.
O sr. acredita que se a Fundação de Esportes fosse transformada numa Secretaria, haveria mais realizações?
Não tenho dúvidas, porque haveria orçamento próprio. Lógico que as parcerias com as Secretarias Municipais de Educação, de Finanças ou da Infraestrutura são exitosas, mas o esporte não pode ficar totalmente dependente disso. É necessário ter autonomia financeira e administrativa.
Enfatizo que articulei junto à senadora Kátia Abreu e a deputada federal Dorinha Seabra – após mostrar-lhes as demandas do município – a destinação de emendas para o esporte, em montantes consideráveis, que serão empenhados ainda este ano.
O que foi possível fazer em prol do Taquaruçu Grande, o seu território político?
Incentivamos muito o esporte naquela região, reformando o espaço que abriga a quadra de areia, onde se pratica voleibol e futevôlei até mesmo no período noturno, porque o espaço tem iluminação pública. Organizamos, também, o campo de futebol que existe na comunidade, proporcionando melhores condições para essa prática esportiva, incentivando, inclusive, a realização de campeonatos amadores, com o fornecimento de tendas, equipamentos de som, troféus, etc.
Além disso, firmei convênio e parceria com a diretora da Escola Fidêncio Bôgo, para que as crianças também possam usufruir do projeto da escolinha de futebol do Taquaruçu Grande.
A sua volta ao parlamento coincide com a duplicação da avenida LO-23, um requerimento de sua autoria e um antigo anseio da população que reside nas Quadras 906 SUL e 1006 SUL. Qual é o sentimento em relação a essa obra?
Vejo como dever cumprido. A alegria de um vereador é ver um requerimento seu atendido ou um projeto de lei em vigor. Ainda enquanto presidente da Fundesportes, transferi a sede para aquela avenida, visto que nossa antiga sede foi condenada pela Defesa Civil.
Aquela duplicação, além do meu requerimento e dos esforços da comunidade, também contou com esforços do vereador Diogo Fernandes, presidente da Frente do Comércio na Câmara de Vereadores. A obra vai beneficiar e desenvolver muito aquela região, além de valorizar, naturalmente, os imóveis. Vamos lutar também, junto ao Secretário Antonio Trabulsi, para que os bolsões de estacionamento – que não estão no projeto original – sejam aditivados e simultaneamente construídos, finalizando a obra como aquela comunidade merece.
E quanto à sua volta à Câmara de Vereadores de Palmas, quais são suas perspectivas?
Primeiramente quero externar minha alegria por ter oportunizado, ao suplente Waldson da Agesp, ser vereador por aproximadamente seis meses. Tenho por princípio que os suplentes são importantes, pois eu jamais teria sido eleito, caso não fosse a ajuda dos colegas de partido ou coligação. Já havia feito isso anteriormente, cedendo espaço para o suplente Felício Costa e, também, para o Dr. Walter Balestra. Me sinto gratificado por valorizá-los, porque ninguém faz política sozinho.
Nesta volta, vamos retomar os projetos e requerimentos em andamento. Acompanhar atentamente a destinação das emendas individuais, como por exemplo, para o Parque do Idoso, para a Guarda Metropolitana Municipal, para as Secretarias de Desenvolvimento Rural e para a Infraestrutura. Esse é o resultado da nossa luta comum.
O sr. naturalmente, continuará na base da prefeita Cinthia Ribeiro?
Enquanto ela não me expulsar, estarei lá (risos). É que eu estou neste projeto desde quando o prefeito era Carlos Amastha. A prefeita Cinthia era vice dele e, após a renúncia do prefeito, continuei fazendo parte do mesmo projeto. Não mudei de barco, não sou contra a gestão anterior, até porque, essa gestão é a continuidade daquela – que eu já estava, diga-se de passagem. Trabalho 24h em prol da sociedade palmense e tenho visto na prefeita essa mesma vontade. Por isso, vamos caminhar juntos.
E quanto à sua migração do PTB para o DEM durante a janela partidária?
Exatamente pelo fato de ter entendido que o PTB não caminharia com a prefeita, me filiei ao DEM, que está na base dela na Câmara de Vereadores. Não deixei qualquer pendência no PTB, aliás, gosto muito da postura do novo presidente, deputado estadual Antonio Andrade, que valoriza os companheiros. Peço desculpas aos petebistas se não fui bom o suficiente como legislador, mas garanto que fiz o melhor que pude. Não vivemos só de acertos, erramos também. Temos que aprender, entretanto, com os eventuais equívocos.
Recebi, por fim, o convite da Deputada federal Dorinha Seabra, um pessoa íntegra, cautelosa e decente, para me filiar ao DEM. Analisei com carinho, recebi o sinal verde da prefeita para que me filiasse e assim o fiz.
Acredito que será uma parceria positiva e de sucesso, porque já comecei a discutir com a parlamentar os projetos para o nosso município. Por essa parceria, ela vai direcionar verbas não apenas para o esporte, mas também para a saúde e educação. O momento é de somar e trabalhar para nossa cidade.
Ao receber três vereadores de mandato, a chapa do DEM não ficou muito “pesada”?
Creio que não, porque se considerarmos a nova legislação eleitoral, os partidos tem que ter em seus quadros os chamados “puxadores de voto”. Um partido da envergadura do DEM, que não tinha nenhum vereador na capital, atualmente tem três.
Veja, agora é a própria sigla que tem que atingir o coeficiente eleitoral. Estou tranquilo em relação a isso e estou otimista quanto a nossa votação nas eleições de 2020. Eu acredito no meu potencial e, também, no dos colegas de partido e, ainda, no trabalho sério que venho desenvolvendo a cada ano.
Em razão dessa parceria da prefeita Cinthia Ribeiro com a deputada Dorinha Seabra, o sr. acha possível que o DEM indique um dos vereadores filiados para ser candidato a vice-prefeito?
Claro que isso é possível. Qualquer um de nós três, eu, o presidente Marilon Barbosa ou o vereador Filipe Fernandes temos potencial para o exercício do cargo. O DEM – bem estruturado no Estado do Tocantins – está criando musculatura no município de Palmas e essa indicação seria muito natural. A prefeita Cínthia, caso seja reeleita, precisa de um vice que esteja à sua altura, que tenha condições de assumir qualquer Secretaria, que conheça a cidade, que tenha facilidade em conversar com os diversos segmentos da sociedade, contribuindo, ativamente, com a gestão.
O sr. aceitaria ser o candidato a vice-prefeito, caso a deputada lhe indicasse?
É um caso a se pensar. São muitos fatores e questões envolvidas. Tenho que conversar com os companheiros, com a própria prefeita, com minha base eleitoral e, também, com minha família. Eu teria que receber o convite primeiro para depois pensar nesta hipótese.
Meu projeto, neste momento, é obter êxito na minha reeleição para vereador. Acredito que posso ser útil na Câmara e, com minha atividade parlamentar, beneficiar a sociedade