Mundo – O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou na madrugada desta segunda-feira (29) que Nicolás Maduro foi reeleito presidente com 51,2% dos votos, com 80% das urnas apuradas. O principal candidato da oposição, Edmundo González, obteve 44%. A diferença entre os dois é de aproximadamente 704 mil votos, mas os números finais ainda não foram divulgados.
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Em discurso a apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, Maduro declarou que sua reeleição representa o triunfo da paz e da estabilidade. “O povo disse paz, tranquilidade. Fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará”, afirmou Maduro. Com este resultado, Maduro, de 61 anos, que já foi motorista de ônibus e chanceler, permanecerá mais seis anos no poder, totalizando 17 anos de governo.
Oposição contesta resultado
A oposição venezuelana contesta o resultado divulgado pelo CNE, alegando irregularidades no processo eleitoral. Segundo a oposição, Edmundo González teria obtido 70% dos votos, enquanto Maduro apenas 30%. Duas pesquisas de boca de urna da agência Reuters indicavam uma vitória significativa de González. Maria Corina Machado, líder da oposição impedida de concorrer, afirmou: “Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González”.
González, em breve discurso, prometeu lutar pela validação da vontade popular. “Não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada”, disse.
Participação eleitoral e questionamentos internacionais
De acordo com o CNE, 59% dos eleitores participaram da votação, um aumento em relação aos 46% de 2018, quando Maduro foi reeleito em um pleito marcado por denúncias de fraude e alta abstenção. Diversas autoridades internacionais questionaram a vitória de Maduro e pediram transparência na contagem dos votos.
Por outro lado, presidentes de países como Rússia, Nicarágua e Cuba parabenizaram Maduro.
Repercussão e demandas por contagem paralela
O anúncio do CNE foi seguido por horas de indefinição, com a oposição alegando impedimentos no acesso às atas de votação e solicitando vigilância nos locais de votação. O CNE justificou a demora por uma “agressão ao sistema de transmissão de dados” e prometeu divulgar os resultados detalhados em breve.
Internacionalmente, figuras como o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, expressaram preocupações sobre a integridade dos resultados. O presidente do Chile, Gabriel Boric, e o chanceler peruano, Javier González-Olaechea, também questionaram a veracidade dos números divulgados.
Eleitores enfrentam longas filas
Apesar do clima de tensão, a votação ocorreu sem grandes incidentes. Em Caracas, houve um pequeno tumulto antes da abertura dos portões. Longas filas foram registradas em vários locais de votação. Nicolás Maduro votou logo no início do dia e afirmou que respeitaria os resultados oficiais.
Edmundo González votou à tarde, expressando confiança nas Forças Armadas para garantir a integridade do pleito.