O Tribunal do Júri, da comarca de Wanderlândia, no norte do estado, está julgando, nesta sexta-feira (20), os ciganos acusados de executar cinco pessoas da mesma família no ano de 2016. Ao todo, sete pessoas foram alvo, sendo que duas conseguiram escapar após se fingirem de mortas.
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Os réus são os irmãos Oranilton Pereira dos Santos e Claudemario Pereira dos Santos, presos em 2016, meses após a chacina.
O julgamento começou nesta quinta-feira (19) e segue ao longo desta sexta (20). Segundo o Tribunal de Justiça, quatro promotores e quatro advogados de defesa atuam no caso.
O Ministério Público Estadual informou que no primeiro dia foram ouvidas todas as testemunhas de defesa e acusação. Nesta sexta, os acusados serão interrogados. Em seguida, iniciam-se os debates dos promotores e dos advogados de defesa.
O Tribunal do Júri é composto por um juiz presidente e vinte e cinco jurados, dos quais sete são sorteados para compor o conselho de sentença e que terão a missão de afirmar ou negar o crime atribuído aos réus.
O crime
O crime foi na manhã do dia 25 de julho de 2016, na BR-153, perto de Wanderlândia, norte do Tocantins. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cinco pessoas, incluindo uma criança, foram encontradas mortas em um carro com marcas de tiro pelo corpo.
As vítimas eram: Alan da Silva, de 30 anos; Sidiney Pereira dos Santos, idade não informada; Wesley Alves da Silva, de 25 anos; Deuzenir Alves da Silva, de 60 anos, e um menino de cinco anos que morreram no local. Já Liliane da Silva e o filho Enzo Henrique, de dois anos, escaparam depois que a mulher se fingiu de morta e tapou a boca do menino.
Na época, Liliane contou à polícia que o motorista Alan foi atingido por tiros enquanto dirigia pela BR-153. Ele perdeu o controle do carro, invadiu a pista contrária e capotou.
Segundo os relatos da sobrevivente, logo depois do capotamento, homens foram até o veículo e executaram os sobreviventes.
Segundo a Polícia Civil, o caso foi motivado por uma desavença entre famílias ciganas, pois uma das vítimas estava ameaçada de morte há cerca de dois anos. As vítimas foram encontradas com disparos na cabeça, típicos de execução, segundo a polícia.
Prisão
Os acusados pelo crime foram presos em agosto de 2016 em Posse, no interior de Goiás. Depois, foram encaminhados para Araguaína.
Em dezembro do mesmo ano, a defesa entrou com pedido de liberdade dos acusados. Mas, o Superior Tribunal de Justiça negou o habes corpus.