Secretário de Segurança Pública do Tocantins, Cristiano Barbosa Sampaio, assinou uma recomendação para pedir investigações sobre a conduta de delegados responsáveis por operações contra a corrupção no estado. No documento, Sampaio indica que o ‘Conselho Estadual de Segurança’ recebeu denúncias de desvios de conduta e quebra de sigilo funcional por parte dos delegados durante as investigações. A recomendação foi publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (19).
- Publicidades -
São os mesmos delegados que foram transferidos do cargo pelo governador Mauro Carlesse (DEM). Na época da medida, o sindicato que representa os delegados afirmou que a decisão iria prejudicar as investigações contra corrupção e que se tratava de perseguição. Os delegados foram responsáveis pela abertura de diversos inquéritos que investigam autoridades do governo e políticos.
Segundo o texto da recomendação, a denúncia foi feita por um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O nome dele não foi divulgado. O documento pede que a Corregedoria da Polícia Civil, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça, a OAB e a Procuradoria-Geral de Justiça tomem conhecimento da denúncia e investiguem o caso.
A acusação é de que pedidos semelhantes baseados nas mesmas evidências foram submetidos a mais de um juiz para burlar decisões judiciais e que investigações sigilosas foram divulgadas para a imprensa pelos delegados.
O pedido é relacionado a equipe da antiga a Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma), substituída pela divisão especializada de combate à corrupção ( Decor).
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins, Mozart Félix, disse que pela publicação não é possível saber do que se tratam as acusações. “Fala aqui que durante investigações e [que houve] pedidos sobre o mesmo tema, sem falar qual é o tema, sem falar qual a investigação, sem falar qual é o caso concreto. Então nessa publicação não temos nada além de ilações”, disse ele.
O presidente do Sindepol lembrou ainda que as faltas funcionais poderiam ser investigadas pela corregedoria, mas que a SSP está sem um corregedor porque a última nomeação foi considerada ilegal pela Justiça.
A própria extinção da Dracma e substituição pela Decor foi motivo de grande controvérsia. O secretário Cristiano Sampaio acabou tendo que ir à comissão de segurança pública da câmara dos deputados para dar explicações. Ele respondeu a perguntas por mais de quatro horas e negou que o governo estivesse tentando interferir nas investigações.